26 DE ABRIL DE 2013
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A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Lynce.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Abel Baptista, a sua declaração política foi
sobre a economia em geral. Não posso deixar de o felicitar e de, simultaneamente, dizer-lhe que me faz
confusão que, numa situação de crise do País, sejam apresentadas medidas concretas e que se tente destruí-
las. Penso que este não é o caminho e que Portugal merecia mais.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Um dos pontos que também me faz confusão neste momento é dizer-se se fui eu ou se foi aquele que teve
a iniciativa. Isso não me interessa neste momento. Na situação em que Portugal está, todas as iniciativas
interessam. Venham elas de onde vierem, são bem-vindas e os portugueses agradecem.
Face às dificuldades que tínhamos, havia pontos fundamentais a tratar. Um deles seria garantir o
pagamento do apoio aos rendimentos dos agricultores. Não vale a pena estarmos agora a discutir se os outros
tiveram culpa ou não. Era, de facto, uma situação bastante crítica devido ao parcelário, que tinha sido exigido
e que não seria possível cumprir. Mas o Governo conseguiu fazê-lo e por isso dou-lhe os parabéns.
O Governo também conseguiu dinamizar o PRODER. Não vou dizer que perdíamos ou não as taxas de
execução, mas eram baixas e o País precisava de um investimento na área da economia. E se, porventura,
vimos com muita satisfação o arranque das outras atividades, não podemos esquecer que o que foi feito em
termos de agricultura já vai nesse caminho.
Quero recordar, por exemplo, o apoio à exportação. Não podemos esquecer a política que tem sido
seguida em termos de diplomacia económica no Oriente, no Brasil e em África, que tem sido decisiva, assim
como as linhas de empréstimos.
Sr. Deputado, penso que o Governo, em termos de agricultura, tem mostrado capacidade para pôr a render
os pouco meios de que o Ministério dispõe. Pergunto ao Sr. Deputado se concorda com esta afirmação.
Aplausos do PSD.
A Sr. ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra, para responder, o Sr. Deputado Abel Baptista.
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Hortense Martins e Sr. Deputado Pedro
Lynce, começo por agradecer as questões colocadas.
Sr.ª Deputada Hortense Martins, penso que há pouco a Sr.ª Deputada não estava atenta quando o
Presidente do seu Grupo Parlamentar, sentado ao seu lado esquerdo, disse que o Partido Socialista estaria
disponível para apoiar tudo o que fossem boas medidas em termos de dinamização da economia. Ora, se são
boas medidas, serão com certeza belas palavras. Portanto, quando a Sr.ª Deputada referiu a expressão
«belas palavras» penso que estaria também a querer dizer que são belas medidas, pelo que, quanto a isso,
estamos de acordo.
Sr.ª Deputada, não me ouviu hoje criticar, uma vez que fosse, medidas anteriores ou a ausência de
medidas no que diz respeito às questões do PRODER. Poderia tê-lo feito, pois teria razões para o fazer, mas
não o faço. Aliás, tenho dito muitas vezes que o Ministro da Agricultura do último Governo do Partido
Socialista, que está sentado atrás de si, tomou boas medidas no sentido de passar a executar bem o
PRODER.
Sr.ª Deputada, é, pois, inoportuno que refira essas questões no que diz respeito ao PRODER, porque o
PRODER tem vindo a fazer o seu caminho, e é bom salientar que ele está a ser bem executado, a tempo e
horas, para aproveitar todas as verbas.
No que diz respeito à questão do QREN, apesar de haver outras dificuldades, é preciso fazer um pouco de
autocrítica e dizer quem é que planeou e executou todo o programa, como é que ele foi feito, como é que foi
tomada a decisão, a forma inovadora, como então foi dito, com foi feita a execução do QREN, isto é,
centralizada, para poder ser decidido mais eficazmente no sentido da modernização do País. Portanto, se
calhar, há questões relativamente às quais valeria a pena fazer uma autocritica.