I SÉRIE — NÚMERO 82
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Aplausos do PS.
Queria dizer-lhe também que estou de acordo com o que referiu sobre a forma como foi feita a
comunicação, para o que usarei dois provérbios populares. O que tivemos ontem por parte da comunicação da
maioria foi: «gato escondido com o rabo de fora». Mas o nosso povo também diz que «mais depressa se
apanha um mentiroso do que um coxo». E foi isso que rapidamente se descobriu.
Sr. Deputados, nós temos uma alternativa, que é uma alternativa global, para negociar com a troica e que
implica a renegociação da dívida, o financiamento da economia, a proteção dos rendimentos e a defesa do
Estado social. Isto não pode ser, apenas, uma dentada numa parte desta alternativa, como ontem foi dada
pelo Governo. Tem de ser uma alternativa global, não pode ser a prestações, e muito menos uma alternativa a
prestações globais.
Mas, tal como eu disse há pouco ao Sr. Deputado Bernardino Soares, nós acreditamos que Portugal pode
e deve negociar com as instituições internacionais uma solução viável, que não é a atual solução que este
Governo negociou.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem agora a palavra, para uma declaração política, o Sr. Deputado
Abel Baptista.
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Os principais problemas da
sociedade portuguesa de hoje são o desemprego, a estagnação económica e a falta de financiamento à
economia.
O desemprego, que em 2005 rondava os 6%, passou para mais de 12% em 2011 e atinge agora cerca de
17,5%. É, claramente, um flagelo social.
Depois de Portugal ter feito o trabalho de controlo das contas públicas e das suas finanças, o Governo
apresenta agora uma estratégia de crescimento, emprego e fomento industrial 2013-2020.
Esta estratégia assenta em oito eixos fundamentais: a qualificação; a educação e formação; o
financiamento; a consolidação e a revitalização do tecido empresarial; a promoção do investimento; a
competitividade fiscal; a internacionalização; a inovação e o empreendedorismo; infraestruturas e logística.
O sucesso deste programa depende, em grande medida, do financiamento das empresas. Por isso, o
Governo já anunciou que a Caixa Geral de Depósitos deverá financiar a economia em 3500 milhões de euros,
até 2014 — 1000 milhões de euros em 2013 e 2500 milhões de euros em 2014.
Com o acesso ao crédito, as empresas poderão investir. Com a redução da taxa única portuária em 50%,
as empresas terão maior competitividade no exterior. Com a redução dos processos burocráticos e a descida
significativa do IRC, as empresas serão mais competitivas e terão maior disponibilidade financeira. Com a
continuação do fomento da diplomacia económica, será possível aumentar as exportações.
Estas medidas de dinamização da economia, estamos certos, irão criar riqueza e emprego.
O Governo, depois de um período difícil para controlar as contas públicas, lança agora as bases do que
será uma trajetória de crescimento sustentável.
Mas o crescimento da economia só será possível se for feito com os empresários e com as empresas. É
por isso que é necessário o envolvimento de todos e de todas as entidades. Assim sendo, o Governo
constituiu, junto do Ministério da Economia e do Emprego, um Conselho para a Indústria, órgão consultivo
para poder dinamizar também este setor.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Um bom exemplo do envolvimento e das parcerias estabelecidas
com o setor produtivo é o que existe na agricultura.
O PRODER está hoje executado em mais de 62% e posiciona-se acima da taxa média de execução dos
programas de desenvolvimento dos países da União Europeia.
Isto deve-se muito ao trabalho de parceria entre o Ministério da Agricultura e as confederações de
agricultores, bem como as suas associações. Disso é um excelente exemplo o que foi feito no ano passado