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I SÉRIE — NÚMERO 82

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de retórica, mas pensamos que a responsabilidade e o peso político do Partido Socialista no nosso panorama

político-partidário exigia mais do próprio Partido Socialista.

Por isso, reiteramos aqui que o Partido Socialista, independentemente de algumas opiniões que o tenham

levado para um aparente beco sem saída, se junte ao lado responsável deste Hemiciclo e ao lado responsável

da política portuguesa.

O Sr. Deputado falou de finanças. A pergunta que lhe faço é a seguinte: concorda ou não com o pacote

apresentado ontem, no Conselho de Ministros, de apoio à economia? Concorda ou não que a Caixa Geral de

Depósitos tem de ser um banco diferente? Se quer ser um banco público tem de ter uma postura diferente

perante a economia.

Termino, perguntando se o Partido Socialista — nunca é tarde para corrigir o caminho — pondera ainda

conseguir, com os dois partidos do Governo, chegar aos consensos necessários, como, por exemplo, hoje

solicitou o Sr. Ministro da Economia, para pactos permanentes e duradouros que potenciem o investimento e

que nos ponham definitivamente numa rota de crescimento duradouro e não dependente dos ciclos políticos.

Está ou não o Partido Socialista disponível para entrar nos consensos necessários?

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Zorrinho.

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Luís Menezes, «quanto pior, melhor»… Se

alguém me pedisse, exemplificaria esta frase com a sua bancada a dizer que esta é uma boa execução

orçamental.

Aplausos do PS.

Não vejo outra forma de poder exemplificar esta ideia de «quanto pior, melhor». Eu disse, da tribuna, que o

Governo cumpre muitas vezes critérios, mas falha as metas. Este ano, e como disse, mais uma vez cumpriu o

critério em relação ao défice das administrações públicas. Só que este ano fez 75% do défice permitido e no

ano passado tinha feito 25%. Ou seja, derrapou em 1000 milhões de euros. E sabe de onde veio esse valor?

Veio do bolso dos portugueses, porque corresponde ao aumento do IRS.

Aplausos do PS.

Sr. Deputado, ficámos muito surpreendidos por o Governo ter ido ao baú da História buscar um conjunto de

propostas, que são nossas, mas que, como lhe disse há pouco, já aqui tinham sido apresentadas pelo Sr.

Ministro da Economia em outubro. Que razões temos agora para acreditar que desta vez vai acontecer alguma

coisa? E, sobretudo, sabendo nós que o despacho do Ministro das Finanças já foi anulado, que já foram

estabelecidos os tetos da despesa, o que podemos esperar do Conselho de Ministros de sexta-feira?

Na sexta-feira, teremos um Conselho de Ministros para a desgraça, para aumentar a austeridade, que não

pode ser aumentada neste País, neste momento e nestas circunstâncias.

Sr. Deputado, digo-lhe o mesmo que disse ao Deputado Nuno Magalhães: se as propostas apresentadas

forem positivas, terão o nosso voto, da mesma forma que, esperamos, que quando nós reapresentarmos as

propostas que os senhores agora defendem, não as voltem a chumbar, como o fizeram, mas as votem a favor.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro

Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr. Deputado Carlos Zorrinho,

começo por notar que sobre aquilo que aconteceu ontem foi uma vergonha para o respeito que as instituições

deveriam ter. Por parte do Governo e por parte da maioria, não houve uma única palavra.