10 DE MAIO DE 2013
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O Sr. António Rodrigues (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, começo por agradecer aos Srs.
Deputados as questões que me colocaram, que desde logo evidenciam três princípios básicos.
Em primeiro lugar, que bem andámos nós ao propor estes projetos de resolução, porque permitiram que
tivéssemos em Plenário esta discussão. Isso foi reconhecido por todas as bancadas, independentemente das
perguntas que foram feitas. Propiciámos uma discussão sobre matéria europeia, passando por cima das
questões conjunturais, a pensar no futuro.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Honório Novo (PCP): — É?!
O Sr. António Rodrigues (PSD): — Em segundo lugar, pelos vistos, ninguém na oposição consegue
distinguir a discussão do dia a dia da projeção para o próximo desafio que temos pela frente, a de saber como
encontrar uma estratégia conjunta, coletiva, a pensar no País para além do ciclo de uma legislatura, para além
do ciclo de um Governo. Essa é a questão que colocamos em cima da mesa. Agradeço particularmente ao
Partido Socialista as perguntas que foram feitas, porque reconhecem — porventura, porque o Partido
Socialista tem o sentido da governação que outros partidos podem não ter! — que estamos aqui, em conjunto,
para tentar encontrar as melhores soluções.
E passamos ao terceiro princípio que aqui também foi considerado. Não queremos submeter à votação o
terceiro projeto de resolução precisamente porque o nosso objetivo não é ter aqui uma vitória, não é ter aqui
um ganho, não é um campeonato que está aqui em causa. O que está aqui em causa é o futuro do País, é o
debate, a reflexão e é a possibilidade de conseguirmos, em conjunto, encontrar as melhores soluções.
Aplausos do PSD.
Por isso, anunciei na Tribuna que não submetíamos à votação o terceiro projeto de resolução.
E digo mais: foi aqui colocada uma questão relativa à alínea d) do projeto de resolução n.º 707/XII (2.ª).
Desde já, informo que vamos deixar cair essa alínea d), em nome daquela que, para nós, é a questão
principal: o consenso em relação a estas matérias,…
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Muito bem!
O Sr. António Rodrigues (PSD): — … embora deva dizer — e que não se interprete mal — que o que
estava em causa nesta alínea era, única e exclusivamente, a representação da Assembleia da República e
não o sentimento individual de cada um dos partidos que faz parte das suas delegações. O que está aqui em
causa é a instituição, é termos mandatos institucionais para representação. Porém, independentemente disso,
e para que não restem dúvidas, respondendo às questões concretas colocadas pelos Srs. Deputados Vitalino
Canas e Pedro Filipe Soares, deixaremos cair a alínea d). Ela não será submetida a votação, precisamente
para tentarmos encontrar aqui o máximo consenso possível.
Relativamente às restantes questões que foram colocadas, nomeadamente pelo Deputado Honório Novo,
começo por dizer que não estamos aqui para discutir mais uma vez a questão do dia a dia.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Acha que o futuro do País é o dia a dia?! Isso é que era bom!
O Sr. António Rodrigues (PSD): — Sei que o Partido Comunista Português tem uma enorme dificuldade
em conseguir pensar para além dos jornais diários, mas há outras realidades, Sr. Deputado.
Protestos do Deputado do PCP Honório Novo.
Se quiser discutir a questão do dia a dia, teremos oportunidade de o fazer, aliás, fazemo-lo muitas vezes.
Hoje, é o Dia da Europa. Hoje, é o dia de pensarmos coletivamente. Hoje, é o tempo de pensarmos consenso,
de pensarmos comum, de pensarmos futuro.