16 DE MAIO DE 2013
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O Sr. Jorge Machado (PCP): — O Sr. Secretário de Estado critica o Decreto-Lei n.º 70/2010 e fala das
questões do abono dos 1.º e 2.º escalões, mas o Sr. Secretário de Estado não diz que este Governo não
mexeu uma palha para revogar o Decreto-Lei n.º 70/2010,…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Essa é que é essa!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — … nem tomou uma medida para alargar o abono de família. É que o Sr.
Secretário de Estado e o Governo não só não corrigiram as asneiras do anterior Governo do PS como levaram
mais além o disparate e o ataque às prestações sociais.
Falou de tudo menos das medidas concretas deste decreto-lei, mas disse que, e é uma mentira, que o
subsídio de desemprego dos trabalhadores independentes ficaria comprometido. Não é verdade! Sabe muito
bem que o subsídio de desemprego dos trabalhadores independentes está regulamentado noutros diplomas
que não neste.
Mais: falou de um potencial aumento de 23 000 crianças que recebem abono de família. Quero dar-lhe a
informação: é verdade que há mais 23 000 crianças a receberem abono de família, mas isto resulta, Sr.
Presidente e Srs. Deputados, daquele que é o profundo agravamento da pobreza no nosso País. E, à imagem
destes 23 000, que receberam abono de família, temos a certeza absoluta de que muitos milhares ficaram sem
abono, graças às medidas tomadas pelo anterior Governo PS, medidas, estas, que o Governo PSD/CDS-PP
não corrige.
Portanto, nesta situação de aprofundamento da grave crise social em que vivemos, cortar nestas
prestações sociais — rendimento social de inserção, complemento solidário para idosos e até no subsídio por
morte — é um crime social que importa combater.
Aplausos do PCP.
O Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social: — Sr. Presidente, peço desculpa,
permite-me uma interpelação à Mesa?
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor, Sr. Secretário de Estado.
O Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social: — Sr. Presidente, quero solicitar à
Mesa que distribua o diploma ao Grupo Parlamentar do Partido Comunista, nomeadamente, porque a
alteração que é efetuada ao Decreto-Lei n.º 65/2012, relativamente aos trabalhadores independentes, parece-
me da máxima relevância e não posso ficar com o rótulo de estar a mentir ao Parlamento, o que, obviamente,
nunca faria.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Será distribuído, Sr. Secretário de Estado.
Vou, agora, dar a palavra ao Sr. Secretário, Deputado Paulo Batista Santos, para anunciar iniciativas
conexas com a que estamos a discutir, que deram entrada na Mesa.
Tem a palavra, Sr. Secretário.
O Sr. Secretário (Paulo Batista Santos): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, deram entrada na Mesa,
e foram admitidos, os projetos de resolução n.os
716/XII (2.ª), do PCP, 718/XII (2.ª), do BE, e 719/XII (2.ª), de
Os Verdes, todos no sentido da cessação de vigência do Decreto-Lei n.º 13/2013, de 25 de janeiro, que altera
os regimes jurídicos de proteção social no desemprego, morte, dependência, rendimento social de inserção,
complemento solidário para idosos e complemento por cônjuge a cargo, do sistema de segurança social
[apreciação parlamentar n.º 47/XII (2.ª) (PCP)]. Todos estes projetos de resolução serão votados na próxima
sexta-feira, no período regimental de votações.
É tudo, Sr. Presidente.