16 DE MAIO DE 2013
51
A posição do PS neste debate é muito clara: recusamos esta forma de governar, e a principal razão é
porque não podemos desistir das pessoas e da economia para entregarmos o País à obsessão de uma
política que falhou, vai continuar a falhar e tem na linha da frente dos alvos a sacrificar os mais pobres, criando
um Estado mínimo e assistencialista. O PS recusa sem qualquer hesitação esta opção.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da
Solidariedade e da Segurança Social.
O Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social (Marco António Costa): — Sr.
Presidente, Sr.ª Secretária de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados: Começo pela intervenção do Partido Socialista,
onde a Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos usou várias vezes a expressão «cortar» e falou de Estado mínimo.
Estas eram exatamente as acusações que o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda vos faziam quando
VV Ex.as
criaram o Decreto-Lei n.º 70/2010, sobre a condição de recursos, Nessa altura, os senhores não
achavam que era Estado mínimo nem que era cortar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
Mas cortar a majoração do 1.º e 2.º escalões do abono de família, cortar o 4.º e 5.º escalões do abono de
família, cortar a majoração do subsídio de desemprego para casais desempregados, isso, historicamente, é
um património que ninguém vos retira!
Sr.ª Deputada chamar «migalha» ao Programa de Emergência Social é um exagero, no mínimo linguístico,
e sabe porquê? Porque são 50 milhões de euros, no mínimo, investidos no Programa de Emergência
Alimentar, e isso devia, pelo menos, pesar na sua consciência quando fala de migalha referindo-se ao
Programa de Emergência Social.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Caridade!
O Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social: — Não é caridade, Sr.ª Deputada,
tem é de pedir desculpa pela circunstância de chamar migalha a um programa que tem 50 milhões de euros
para apoiar, em termos de emergência alimentar, os portugueses.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Desculpa nenhuma!
O Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social: — Mas, Sr. Presidente e Srs.
Deputados, a análise do Decreto-Lei n.º 13/2013 pode dividir-se simplesmente em quatro pontos: em primeiro
lugar, a convergência entre o regime da Caixa Geral de Aposentações e da segurança social, no que diz
respeito ao subsídio de morte e subsídio de funeral.
Em segundo lugar, introduzir a condição de recurso em complementos sociais como o complemento de
dependência de 1.º grau e o de conjugue a cargo, como há pouco criticou o Partido Comunista.
Em terceiro lugar, reforçar a proteção social, no âmbito do desemprego, para trabalhadores que cessem
por acordo funções de trabalho por necessidade do aumento da qualificação e da capacidade técnica das
empresas. Esqueceram-se os Srs. Deputados de referir este reforço da proteção social no desemprego para
estes trabalhadores…
Por fim, também se esqueceram de referir o reforço da proteção social para os trabalhadores
independentes mesmo quando as entidades contratantes não cumprem com a sua obrigação de pagar os
respetivos 5% a que estão obrigados nos termos do Código Contributivo.