I SÉRIE — NÚMERO 89
46
Vozes do PSD: — Exatamente!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Os senhores também estão quase a deixar de ser!
A Sr.ª Teresa Santos (PSD): — Por isso, os Srs. Deputados da bancada parlamentar do PCP trazem a
esta Câmara constantemente um rol de promessas que sabem que, muito provavelmente, nunca serão
chamados a cumprir.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Exatamente!
A Sr.ª Teresa Santos (PSD): — Na realidade, este Decreto-Lei avança com um conjunto de alterações cujo
objetivo é acompanhar a política de redução de despesa pública exigida ao País em todas as áreas da
despesa nos restantes ministérios.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Santos (PSD): — Temos que reconhecer que este Governo tem feito um esforço
considerável na redução da despesa pública perante um Estado, que encontrou, gastador, muito acima das
suas possibilidades e herdou um novo ministério — «o ministério dos juros» — e o compromisso que o Partido
Socialista assumiu com a troica ao assinar o Memorando de Entendimento.
O esforço é visível na redução da despesa, o Orçamento do Estado para 2013 não deixa ninguém de fora
neste esforço coletivo para o processo de ajustamento ao tributar os lucros das grandes empresas e os
rendimentos da riqueza e do capital, há uma redução de despesa ao nível dos dirigentes da Administração
Pública, há uma redução das rendas excessivas.
Temos de reconhecer que o caminho que tem vindo a ser percorrido no sentido de reduzir a despesa e de
devolver a credibilidade externa ao País está a ser muito penoso para todos os portugueses. No entanto, este
Governo está atento aos casos mais expostos à crise e à exclusão social, e o conjunto de medidas do
Programa de Emergência Social é exemplo disso mesmo, ao prestar apoio devido aos que mais necessitam.
Esta apreciação parlamentar faz alusão à alteração sofrida no complemento por dependência de 1.º grau.
Convém não esquecer que, com este Governo, este apoio sofreu um aumento de 4,2% nos últimos dois anos,
visto estar indexado à pensão social. No entanto, considerando a atual situação financeira do País, isto obriga
a que este apoio passe apenas a estar salvaguardado para pensionistas de menor recursos.
Já quanto ao complemento solidário para idosos, dá-se uma redução da percentagem do valor de
referência de acesso ao complemento. Convém referir que os pensionistas alvo deste apoio auferem pensões
mínimas, sociais e rurais e tiveram um aumento superior ao valor da inflação e convém recordar que o Partido
Socialista congelou com condições bem mais favoráveis.
Quanto ao subsídio de morte e ao reembolso de despesas de funeral, as alterações efetuadas são numa
lógica de convergência com a Caixa Geral de Aposentações, passando a haver um único regime de apoio
para todos os portugueses beneficiários deste subsídio.
Quando a apreciação parlamentar refere que é reduzido o montante do rendimento social de inserção
(RSI), o PCP deveria, neste ponto, referir a atenção e a aposta que este Governo está a dar a este estrato da
sociedade, fazendo uma aposta maior na sua formação.
Neste momento, os beneficiários do RSI são um grupo prioritário sempre que avança uma nova ação de
formação, apostando-se na sua integração e empregabilidade. Foi este Governo que tornou obrigatório a sua
inscrição no serviço de emprego do IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional).
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Teresa Santos (PSD): — Termino já, Sr. Presidente.
A realidade do nosso País é esta: a atual situação financeira obriga à adequação do sistema de segurança
social, de forma a garantir que determinadas prestações de subsistemas financiados por transferências de
verbas do Orçamento do Estado continuem a ser garantidas aos cidadãos mais carenciados, sem, no entanto,