18 DE MAIO DE 2013
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tempo é muito curto, gostaria que avaliasse a Portaria n.º 257/2013, de 6 de maio, que regula as escolas
públicas do ensino especializado de música e dança e a abertura de vagas.
Não tenho tempo para demonstrar todo o absurdo que é esta portaria e não me vou prender com
formalismos, portanto não vou referir o facto de estar publicada com um quadro virado de cabeça para baixo
nem vou mencionar aqui o facto de seis escolas, num universo de sete, estarem com designação errada —
esses formalismos são para as crianças de 10 anos, esse rigor não é para o Governo —, vou prender-me na
substância.
Sr. Secretário de Estado, como é possível que, depois de terem consultado as escolas e de, por exemplo, a
Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa ter dito que faltavam 50 vagas para preencher o que
está definido por lei, os senhores criem uma portaria em que criam cinco vagas e fecham seis? Ou seja, a
abertura do concurso que os senhores tanto propagandearam resultou em menos uma vaga para o
Conservatório Nacional.
Mas há melhor, em relação à questão do rigor e da exigência. Por extraordinário que pareça, o
Conservatório de Aveiro tem cinco vagas para professores de dança. Um pequeno detalhe: o Conservatório de
Aveiro não tem curso de dança! Em contrapartida, as vagas para música, que é o seu objeto, não têm
atribuição condigna.
Portanto, Sr. Secretário de Estado, em nome do rigor, da exigência e de todas essas belas proclamações
que o Governo faz, explique como é possível que, perante esta aberração e perante o protesto destas escolas,
os senhores digam que o está mal feito mal ficará, porque não há correção para este caso.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves para uma
intervenção.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Srs. Secretários de Estado:
Este debate focou-se, já por duas ocasiões, na questão do ensino dual. Não querendo anatomizar um modelo
que pode funcionar e que se for adequadamente implementado pode significar um incremento no quadro da
empregabilidade, a questão que se coloca, já que tanto se fala de rigor e de capacidade de implementar
reformas, é a de saber se, de facto, as medidas que estão em cima da mesa são adequadas a fazê-lo.
Em primeiro lugar, coloco a seguinte questão: seleção precoce não significa efetivamente querer, através
do modelo dual, fazer uma seleção que cerceia as possibilidades de potenciar um rumo educativo para o
jovem?
Em segundo lugar, olhando para as áreas selecionadas, e ao arrepio do que o Sr. Secretário de Estado
disse, na seleção das áreas a privilegiar no modelo dual não encontramos aquelas que têm uma componente
tecnológica mais elevada e que podem reforçar a empregabilidade. Antes pelo contrário, a seleção que o
Governo fez indicia precisamente que o caminho que quer não é um modelo de qualificação elevada como
aquele que encontramos na Alemanha.
Depois, encontramos também alguns problemas: tem o Governo a garantia de que os sindicatos estão
disponíveis para o diálogo, que é fundamental para implementar este modelo? Tem o Governo a garantia de
que as empresas têm capacidade para pagar aos aprendizes e para implementar as vagas num momento de
grave dificuldade económica, introduzindo aquilo que é efetivamente a razão de ser do modelo dual, que
funciona bem na Alemanha e que é praticamente impossível ser transposto para Portugal neste momento?
Tem o Governo noção de que o tecido empresarial e a nossa tradição não estão disponíveis para, de um
momento para outro, com um estalar mágico de dedos, alterarmos o paradigma e passarmos a ter o modelo
dual? Este modelo, de facto, pode ter vantagens mas, se olharmos para a forma como o Governo o pretende
implementar, muito mais facilmente estaria próximo daqueles modelos que se revelam ineficientes e que
representam não uma saída profissionalizante de sucesso mas efetivamente a alternativa para aqueles jovens
que ficam sem alternativas.
Se olharmos para o quadro comparado, de facto, a Alemanha e a Suíça são excelentes exemplos; a
Áustria, eventualmente, não representa um modelo de tanta qualidade; no Luxemburgo, por exemplo, há um