I SÉRIE — NÚMERO 91
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Quanto à questão das atividades de enriquecimento curricular, obrigado Sr. Deputado Michael Seufert por
ter referido aquilo que eu pensava não ser necessário referir, e que foi notícia óbvia e de reconhecimento
óbvio por aqueles com quem já dialogámos. Estamos a falar da Associação Nacional de Municípios
Portugueses e da Confederação das associações de Pais, com quem estabelecemos um diálogo no sentido
de clarificar qual o propósito do Ministério da Educação e Ciência, qual o propósito do Governo em relação às
atividades de enriquecimento curricular.
Ficou claramente assegurado que haverá uma resposta às famílias, numa perspetiva de enriquecimento
curricular, é certo, até às 17 horas e 30 minutos, melhorando aquela que é uma intervenção precoce ao nível
do 1.º ciclo, no primeiro período da componente curricular.
Portanto, estamos hoje em situação de dizer que o propósito do Governo não se esgota em palavras ocas,
em meras afirmações, mas sim em exemplos práticos. Queremos rigor, queremos qualidade e queremos,
acima de tudo, que a sociedade olhe para a educação com muito mais confiança, como efetivamente
qualificante dos nossos jovens. É isso que nós estamos a procurar fazer.
Sr.ª Presidente, se me permitisse, passava a palavra ao Sr. Secretário de Estado do Ensino e da
Administração Escolar para completar as respostas.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Com certeza.
Tem a palavra, Sr. Secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar.
O Sr. Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar: — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs.
Deputados: Começo por me referir à última intervenção do Sr. Deputado Luís Fazenda, clarificando o seu
entendimento das minhas palavras. Não são os professores que podem provocar laxismo, o que pode
provocar laxismo são as medidas políticas, e era dessas que estávamos a falar. As medidas políticas do
passado levavam a que o sistema educativo fosse laxista.
E convém precisar aquilo que é e aproveitar, até, essa sua análise para dizer que o sistema educativo tem
de funcionar, e tem de funcionar bem com todos os profissionais. É graças aos diretores, que dirigem as
nossas escolas e agrupamentos de escolas, aos professores, que se empenham diariamente na sua atividade,
e aos pais, que acompanham as atividades dos filhos, que o sistema educativo vai apresentando os seus
resultados. A eles tudo devemos e não àqueles que usam da palavra, mas àqueles que geralmente não têm a
palavra.
Queria também dizer, quando refere que o diálogo implica negociação, que é exatamente isso que é feito.
O diálogo implica negociação, implica a convergência de posições para o entendimento e desde o início do
nosso mandato apenas duas forças sindicais não chegaram a entendimento connosco na maioria das
matérias. Mas se tiver acesso a todos os momentos negociais que tiveram lugar, verá que este procedimento
não é desconforme com todos os outros. Existem sindicatos que estabelecem convergências de entendimento
e existem os que — mas são a minoria dos sindicatos — não estabelecem convergências. Nós tivemos
negociação efetiva.
Quero ainda, sobre essa negociação efetiva, trazer até nós o posicionamento deste Governo quanto às
negociações e quanto ao papel dos professores. A primeira negociação que fizemos durante o nosso mandato
foi sobre a avaliação de desempenho docente. Fizemo-la porque sabemos a importância que os professores
têm no sistema educativo e fazemo-la introduzindo princípios de desburocratização, princípios de
hierarquização, em que os professores são avaliados por professores do mesmo escalão ou de escalão
superior, do mesmo grupo disciplinar, com simplificação de procedimentos. Tudo isso foi feito para que os
professores se possam concentrar naquilo que é importante. A avaliação dos professores não pode ser olhada
de forma isolada. Estamos a fazer a avaliação externa das escolas porque achámos que não era aquela que
poderia fornecer os indicadores que permitem melhorar o sistema educativo.
Estamos a fazer a avaliação dos diretores em função do desempenho enquanto diretores e não era assim.
Estamos a fazer a avaliação dos alunos com rigor. Estamos a fazer a avaliação dos programas. Não basta
lançar, como o anterior Governo fez, as culpas sobre os professores e apenas referir a avaliação dos
professores. A avaliação tem de ser integrada no sistema educativo.
Desejo também referir, relativamente às questões que aqui foram colocadas sobre este Governo estar a
proceder, na área da educação, ao maior despedimento coletivo, que não houve despedimentos.