23 DE MAIO DE 2013
13
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — E, Sr. Secretário de Estado, não vale dizer que não se pode pagar, no
sentido que o Tribunal Constitucional estabeleceu que é o de se pagar o subsídio de férias, por problemas de
funcionamento. Mas não são problemas de tesouraria, pois não, Sr. Secretário de Estado? É que não há
problemas de tesouraria, mas não se pode pagar…
Há problemas no funcionamento dos organismos, porque os senhores inventaram uma outra fórmula para
pagar os subsídios que não aquela que deviam ter usado, que é a de se pagar o subsídio de uma só vez,
como sempre — e foi esse o sentido do acórdão do Tribunal Constitucional.
Portanto, não vale, nem o Sr. Secretário de Estado, nem o PSD, virem aqui dizer que é a oposição que
espalha o medo e a confusão. Todos os dias, os senhores anunciam mais uma medida para os pensionistas e
para os funcionários públicos. Ainda hoje, ouvimos a preocupação dos pensionistas relativamente ao aumento
do desconto para a ADSE — mais um imposto! Para quais pensionistas? Para os pensionistas que recebem
485 €! Ou seja, já levaram o corte na pensão, o imposto extraordinário, o aumento de impostos e preparam-se
para outro corte. E agora vêm dizer que quem ganha 485 € deve descontar 2,25 para a ADSE. Os senhores
escolhem os funcionários públicos e os pensionistas exatamente como um alvo a abater.
Portanto, Sr. Secretário de Estado, não vale vir aqui dizer-nos que quer resolver o problema, até porque as
pessoas têm estado a usufruir, em 2013 — veja-se só, a «usufruir», como se de uma benesse se tratasse e
não de um direito instituído desde 1974! —, já de uma parte do subsídio.
Os senhores não resolvem o problema, porque os senhores não querem cumprir a decisão do Tribunal
Constitucional. Estão a «fazer birra». O Governo está a adiar, como está a adiar a trazida aqui do Orçamento
retificativo. Sr. Secretário de Estado, traga o Orçamento retificativo e vamos discutir tudo!
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveu-se para intervir, pelo CDS-PP, a Sr.ª Deputada Cecília Meireles.
Tem a palavra.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados:
Estamos, hoje, a analisar a proposta de lei que regula aquilo que é a reposição do subsídio de férias para os
trabalhadores do sector público, os reformados e os pensionistas.
Assim sendo, a primeira observação que importa fazer é que o grande objetivo desta proposta de lei é
cumprir a decisão do Tribunal Constitucional. Ou seja, tendo este Tribunal considerado inconstitucional uma
norma constante do Orçamento do Estado para 2013, aqui aprovado, temos agora que regular a forma de
reposição dos subsídios em falta.
Que não fique, assim, qualquer dúvida de que as decisões do Tribunal Constitucional são para cumprir e de
que foi exatamente o Governo que teve a iniciativa de o fazer.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Posto isto, e assente isto, a verdade é que estamos perante uma
situação verdadeiramente excecional, que, aliás, só se verificará durante este ano de 2013, em que o Estado
terá de proceder a um pagamento que não estava, pelo menos inicialmente, orçamentado.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — O Governo é que quis estar à margem da lei!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Assim sendo, há duas questões essenciais que têm de ser
salvaguardadas e, simultaneamente, harmonizadas.
A primeira é a programação financeira e a segurança orçamental das famílias. Esta tem de ser a primeira
prioridade.