I SÉRIE — NÚMERO 93
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Ora, face à realidade, o que a maioria está a fazer é exatamente isso: seguir em frente numa política que
está a destruir o País e que não tem fim à vista, porque, depois de pacotes de sacrifícios, o que têm para
oferecer são mais pacotes de sacrifícios. E não para. Não para!
Vozes do BE: — Muito bem!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Diz o Sr. Deputado que é necessária uma política para a economia,
para o crescimento económico. Sr. Deputado, há dois anos que essas palavras são ditas pelos Deputados da
bancada do CDS, repito, há dois anos, e não há política que as materialize! O que sai daí é o compromisso
com o Documento de Estratégia Orçamental que implica mais recessão em 2013, mais recessão em 2014,
mais desemprego, mais destruição da economia. Ora, não há saída por aqui!
Diz-nos o Sr. Deputado — e esta é antecipação que o CDS faz da conferência de imprensa do Sr. Ministro
das Finanças feita ao longo da tarde — que há medidas, que há soluções, que nos faz falta estabilidade fiscal
para garantir o investimento. Ora, estabilidade fiscal é o que não existe com este Governo. Não houve maior
período de instabilidade fiscal do que com a de um Governo que se lembrou, em novembro, de cortar metade
do subsídio de Natal para, no ano a seguir, cortar o subsídio de férias, para, depois, fazer aumentos brutais do
IVA. Não há maior instabilidade fiscal do que a deste Governo!
Por isso, Sr. Deputado, aprecio a sua forma de intervir, até aprecio parte da intervenção que fez, mas ela
tem muito pouco a ver com a realidade da política deste Governo, a passada, a presente e aquela que nos
está a anunciar.
Falar-nos de créditos fiscais ao investimento quando não há crédito para a economia porque a banca não
empresta, apesar de intervencionada, é trazer aqui um espaço vazio na economia.
Dizer-nos que há relançamento da economia quando este Governo, por outro lado, está a atacar o
consumo das famílias e por isso o rendimento que as pessoas têm para fazer mexer a economia não é trazer
soluções, é trazer mais problemas.
Dizer-nos que está preocupado com a economia quando refere que está do lado do fanatismo dos cortes
deste Governo, como se verá com o próximo Orçamento retificativo, é dizer-nos que não tem solução, a não
ser a de continuar em frente pelo mesmo caminho, que traz mais problemas.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado João Almeida, faça favor.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, o Sr.
Deputado citou uma frase da minha intervenção que é verdadeira e que responde a parte das questões que
colocou.
É verdade que eu disse da bancada que não correu tudo bem e tirei consequências disso. Eu disse que
houve coisas que não correram bem e até disse que não tinham corrido como o previsto… Aliás, convém
lembrar que quem as previu de determinada maneira foi também o Partido Socialista,…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … mas não vale a pena estarmos agora a fazer uma
discussão sobre se o erro é da previsão ou se é da execução, porque aos milhares de desempregados que há
a mais do que a previsão, essa discussão interessa muito pouco,…
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … interessa muito mais uma discussão sobre como é que
vamos conseguir criar os incentivos necessários para que haja uma recuperação económica e para que
consigamos dar uma solução a estas pessoas e não apenas uma justificação para aquilo que correu menos
bem.