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7 DE JUNHO DE 2013

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extraordinários e, agora, cortes retificativos na área da educação, e cortes que vão muito para além de todos

os memorandos que possamos conhecer.

Gostaria também de perguntar se acha que é de bom senso que o orçamento da educação tenha regredido

a valores de 2001 e que, por este caminho, vá piorar ainda mais em 2013.

Pergunto-lhe ainda se acha que é de bom senso que, nas políticas públicas, estejam cada vez mais a ser

centralizadas as decisões nas direções-gerais e que, depois, se utilize o discurso da autonomia das escolas,

quando todos os dias se retira a autonomia a essas escolas.

Gostaria também de perguntar-lhe, Sr. Deputado, se acha que é de bom senso um professor ter 30 alunos

e, na globalidade, poder ter até 300 alunos e se acha que é de bom senso que o Ministro da Educação possa

vir a este Parlamento dizer que o horário docente não vai aumentar porque já é de 40 horas.

Acha que tudo isto é de bom senso nos tempos que correm?

Deixando-lhe estas perguntas, Sr. Deputado, quero saudá-lo novamente pela intervenção que aqui fez e

dizer-lhe que, por mais que a orquestra do Sr. Ministro continue a tocar, uma coisa não conseguem já

escamotear: a escola pública e a educação estão, cada vez mais, a afundar-se em Portugal.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda para responder.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Acácio Pinto, um corte na educação, em termos

de execução orçamental, já superior a 1500 milhões de euros não é propriamente o corte de umas

contabilidades acidentais, qualquer coisa de adjacente na área da educação, é cortar nas ferramentas

essenciais, é cortar na estrutura, é cortar naqueles que, para o programa de ajustamento, têm sido os

desajustados. Quem são os desajustados? Os professores. Os professores, em geral, são os desajustados,

são as vítimas do programa de ajustamento — 30 000, por vários meios, já saíram nos últimos dois anos e,

agora, propõem-se que saiam bastantes mais.

Os estudos, incluindo o relatório do FMI, que parece que não tem paternidade de ninguém do lado do

Governo quanto à sua encomenda — o Ministro da Educação português diz que não pediu nenhum relatório

ao FMI —, indicavam exatamente qual era o patamar desse despedimento coletivo, qual a dimensão trágica

dos desajustados deste programa de ajustamento.

Na verdade, isso tem levado aos mega-agrupamentos, ao aumento do número de alunos por turma, à

circunstância que o Sr. Deputado refere de haver professores com 300 alunos. E leva a muito mais: à perda de

apoios letivos; à perda de capacidade de orientação nas escolas; à discriminação da educação especial.

Portanto, leva a um conjunto de aspetos muito negativos, que têm vindo a deteriorar e a atrofiar a oferta da

escola pública, estruturante da oportunidade democrática na nossa sociedade.

Pergunta-me se o Ministro tem bom senso. Creio que um Ministro que dá uma entrevista a uma revista

brasileira dizendo que espera que, no horizonte de alguns anos, os professores sejam contratados e

despedidos diretamente nas escolas e que, depois, se sente na obrigação, na mesma noite, de haver uma

nota do gabinete, do seu Ministério, a dizer que se referia a um prazo de 10 anos, acho que já disse tudo o

que tinha a dizer. E não restará a qualquer professor ou professora dúvidas quanto à irresponsabilidade e à

capacidade trauliteira de um Ministro da Educação que não tem palavra, que não mantém a palavra com os

sindicatos e que tem um diálogo absolutamente entrecortado de monólogos, que é a única coisa que o Sr.

Ministro Nuno Crato sabe fazer, para além de saltitar daqui para além com a mesma irresponsabilidade com

que sempre o fez.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Filipe Marques para pedir

esclarecimentos.

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, ouvi com muita atenção o Sr.

Deputado Luís Fazenda, do Bloco de Esquerda, e contei que ele disse, pelo menos, seis vezes «felicidade