I SÉRIE — NÚMERO 99
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Temos, por isso, um enorme respeito pelos portugueses, pelos portugueses que trabalham, pelos
portugueses que perderam os seus empregos, pelos portugueses que já trabalharam e que se encontram
reformados, pelos jovens portugueses que procuram a sua oportunidade de ingressar no mercado de trabalho.
Mas de uma coisa, Srs. Deputados, podem ter a certeza: para nós, um desempregado não é, nem nunca
será, apenas um número e muito menos um instrumento de combate político.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Para nós, cada desempregado é uma pessoa concreta, é um caso particular cujo problema todos,
coletivamente, temos de resolver. E é para isso que estamos a trabalhar.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Da mesma forma que temos consciência e humildade para
reconhecer as muitas dificuldades e os problemas que ainda subsistem, para reconhecer mesmo algumas
omissões e alguns erros que possamos ter cometido, também devemos reconhecer com a mesma consciência
e a mesma humildade o trabalho que já foi feito e as conquistas que já foram alcançadas ao longo destes dois
anos.
Há muitos que teimam em ignorar o esforço do País, mas deixo-vos alguns exemplos.
Um corte, sem precedentes, da despesa primária do Estado em 13 400 milhões de euros em dois anos; a
diminuição em 6% do nosso défice estrutural; o regresso aos mercados antecipado com duas emissões de
dívida consideradas um sucesso; a redução sustentada dos juros da dívida soberana em mercado e a
poupança, só no ano passado, de 800 milhões de euros na renegociação dos juros dos empréstimos da troica,
que, para quem já se esqueceu, foram negociados pelo Partido Socialista a 5% e hoje são cerca de 3%,
menos 70% o custo dos juros dos empréstimos da troica;…
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
… a flexibilização das metas do défice por duas vezes; o corte nas rendas excessivas do setor energético
— que nunca tinha sido feito, apesar de prometido —, e estamos a falar de 2080 milhões de euros até 2020;
um saldo externo positivo, que já não alcançávamos há muitos anos; a renegociação das parcerias público-
privadas do setor rodoviário, com uma redução de 40% dos seus encargos, uma poupança de 300 milhões de
euros já em 2013.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Na saúde, celebraram-se acordos inéditos com indústria farmacêutica,
com os médicos e os sindicatos, com poupanças significativas na política do medicamento e na promoção dos
genéricos e com o pagamento de dívidas a fornecedores — foram 1500 milhões de euros pagos à economia
deste setor, que estava em dívida (dívidas atrasadas do Governo anterior).
Também temos de dizer o que fomos capazes de fazer, no ano passado, em termos de cumprimento das
oportunidades do QREN. Estamos a falar, na prática, de a economia ter absorvido 4000 milhões de euros.
Foram para a economia, para as empresas e não para o financiamento do Estado.
Com o Programa de Emergência Social — para todos quantos insistem em dizer, erradamente, que não
temos sensibilidade social — criaram-se: a majoração de 10% no subsídio de desemprego de casais
desempregados; as tarifas sociais nos transportes e na energia; a rede de solidariedade das cantinas sociais;
o banco de medicamentos; os acordos com as IPSS; o descongelamento das pensões mínimas, que estavam
congeladas pelo Governo anterior; e a proteção daqueles que têm rendimentos mais baixos.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Criou-se igualmente um amplo programa de reformas estruturais: na
administração central, com o PREMAC, a lei dos compromissos e a reforma do poder local; na justiça, com o
novo mapa judiciário, a reforma dos Códigos Civil, Penal e de Processo Penal, do Código da Insolvência e da
Recuperação de Empresas; na saúde, como já disse; na economia e no ordenamento do território — é bom