7 DE JUNHO DE 2013
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O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Duarte Filipe Marques, o Bloco de Esquerda
segue o apelo das organizações sindicais, que têm razões justas e legítimas para apelar à greve.
Diz o Sr. Deputado que falei seis vezes da greve;…
Vozes do PSD: — Em felicidade! Felicidade!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — … terei falado outras tantas dos alunos e dos pais, e não apenas dos
professores e da sua greve. É uma felicidade cívica para a qual estamos a ser mobilizados. Não devemos
ignorar as realidades.
O que a maioria e o Ministro Nuno Crato têm vindo a fazer é tentar utilizar os estudantes para encostar à
parede os professores, e isso não é aceitável.
Aplausos do BE.
Quem toma os professores por adversários tem naturalmente a tendência para encontrar a educação como
inimiga. Esta é a posição do PSD e do CDS-PP.
Portanto, Sr.as
e Srs. Deputados da maioria, se não precisam desta legislação para nada, se não precisam
da mobilidade especial nem do recurso ao despedimento na área dos professores, se não precisam de alargar
o horário de trabalho, então, pura e simplesmente, não os concretizem.
O Sr. Deputado Duarte Filipe Marques devia ter respondido a esta questão, porque é nesta matéria que
está a duplicidade do PSD, mas nada disse quanto a ela. Os Srs. Deputados do PSD, tal como o Ministro,
nada dizem. Isso é o cinismo político! Isso é virar as costas à realidade do País, dos pais, dos alunos e de
todas as pessoas que dependem e que contam com a educação e com um papel estruturante da educação no
nosso País.
Os Srs. Deputados da maioria estão, neste momento, a tentar estigmatizar os professores, estão a criar um
anátema sobre a comunidade escolar, estão a tentar fazer com que o País se vire contra os professores. Não
o conseguirão, porque a sociedade já vai percebendo que a política de destruição deste Governo atinge todos
os setores. Os professores também têm filhos a fazer exames.
Muitas pessoas já entenderam que esta política de corte de custos intermédios e de desajustados, que são
os professores, cortes de mais de 1500 milhões de euros do orçamento da educação, vai atingir todos e todas
— esta é a política do PSD.
Não venham falar, hipocritamente, dos alunos que têm exames, ou das avaliações, ou de quaisquer outras
circunstâncias,…
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — … porque esses serão os primeiros a perceber que amanhã podem não ter a
escola pública. Podem não ter a escola pública! O combate, aqui, é pela escola pública e ele terá um amplo
respaldo social e não apenas — como julgam e se enganam, deliberadamente — nos sindicatos dos
professores.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira fazer o favor de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Termino já, Sr.ª Presidente.
Serão os professores, em geral, a dar a resposta adequada e a resposta democrática à vossa oposição
constante aos professores.
Aplausos do BE.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Peço a palavra, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para que efeito, Sr. Deputado?