14 DE JUNHO DE 2013
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Então, vamos lá ver — o Sr. Secretário de Estado acompanhe o nosso raciocínio: se nas empresas sob a
tutela dos administradores que negociaram e aceitaram contratos swap, que arruínam o interesse nacional e o
interesse das empresas, tendo como resultado a sua demissão, como é que se explica que os senhores
liminarmente demitam esses administradores, finalmente, correspondendo à exigência dos trabalhadores e até
à que aqui temos levantado, mas que aqueles que venderam esses contratos swap, que quiseram impor esses
contratos, subitamente já sejam bons para salvaguardar o interesse nacional?! Então, os senhores demitem os
administradores que compram e contratam os bancos que vendem?!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — É assim que os senhores estão a privatizar os Correios?!
Mas a questão não é só esta, há a questão de fundo: não há bons processos de privatização dos Correios!
Aliás, o Sr. Deputado Hélder Amaral há de explicar-nos por alma de quem é que um debate sobre a
privatização dos Correios só é sério se tiver como pressuposto e como condição prévia a aceitação desta
privatização por todos, para depois debatermos os pormenores.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Está enganado, Sr. Deputado! O PCP, os trabalhadores, as populações de
norte a sul do País, de todos os partidos, e até do seu partido, que têm saído à rua em defesa dos Correios, do
serviço público e das estações que os senhores estão a querer encerrar, exigem ter uma palavra sobre esta
decisão contra a privatização. Não é sobre os pormenores, não é sobre para quem é que vai, quem é que
negoceia, quem é que compra e quem é que vende!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Os Correios são do povo, Srs. Deputados, e vão continuar a ser enquanto o
povo tiver voz neste País!
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Paulo Batista Santos.
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados:
No final deste debate, permitam-me que deixe duas notas muito breves.
Uma nota tem que ver com a referência há pouco feita pelo Sr. Deputado Bruno Dias. Como bem percebo
que V. Ex.ª ande a distribuir o Borda d’Água a todos nesta Casa. VV. Ex.as
não precisam do Borda d’ Água,
uma vez que para vocês o tempo é sempre cinzento, nunca há outra cor senão o cinzento.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Deputado, vá plantar batatas com o Borda d’Água!
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Desse ponto de vista, VV. Ex.as
são coerentes, portanto a crítica não
é para essa bancada.
Mas importa ser rigoroso, Sr. Deputado. Quando V. Ex.ª refere o encerramento de centenas de lojas, de
centenas de estações de Correios deste País, importa referir que encerraram 124 estações e abriram 78
postos, o que representa um salso negativo de 46. E isso, Sr. Deputado, num universo de 2478 lojas dos CTT,
de 338 centros operacionais e de 3913 agentes payshop.
É disso que estamos a falar, Deputado. As centenas de estações que fecham pelo País fora resumem-se a
pouco mais de quatro dezenas! É disso que estamos a falar, porque onde elas fecham abrem lojas e os
cidadãos ficam com o serviço universal postal garantido.
Mas importa referir e sublinhar a surpresa do debate, que veio da bancada do Partido Socialista —
convenhamos que fez um exercício de difícil compreensão: o Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo diz que o PS