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I SÉRIE — NÚMERO 103

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Obviamente, não pode ser a desorçamentação e também não podem ser decisões unilaterais que põem em

causa os contratos assinados e os direitos que estão nos privados e na esfera pública.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não se faz nada!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Nós somos a favor da negociação, da estabilidade dos contratos e do

Estado de direito.

Sr. Depurado Bruno Dias, queria ainda dizer-lhe que não preciso de ler o relatório nem de fazer nenhum

anúncio do relatório.

O relatório de setembro de 2011 do Tribunal de Contas dizia, sobre a Metro Sul do Tejo, o seguinte: «O

Estado concedente deverá alicerçar as suas decisões em estudos de procura mais credíveis e conservadores

e os projetos devem ser fundamentados através do rigoroso estudo da viabilidade económica e social» — era

isso que dizia o Tribunal de Contas.

Também é conhecido o que disse a Ernst & Young sobre as subconcessões, ou seja, que os vistos foram

recusados pelo Tribunal de Contas a cinco subconcessões — Algarve Litoral, Baixo Alentejo, Douro Interior e

Litoral Oeste —, porque faltava a análise do comparador público, análise que o Partido Comunista Português,

e bem, sempre reivindicou para a utilização destes instrumentos. É fundamental saber se é mais económico o

Estado fazer a obra com os seus próprios meios ou em modelo de parceria público-privada. Mas essa análise

não pode ser feita depois de os contratos estarem assinados, tem que ser feita antes de os contratos estarem

assinados — e V. Ex.ª sabe que foi feita depois, o que levanta dúvidas.

Acho que este espaço de debate tem de ser sério e que este modelo é virtuoso,…

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Porquê?!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … pois pode dotar o Estado de condições para fazer obra, desde que o

Estado tenha em conta se tem ou não sustentabilidade financeira para assinar esses contratos, se tem

capacidade para o fazer durante a sua vida, que é longa, que perpassa vários governos e, porventura, até

várias gerações. Não o modelo das renegociações e dos reequilíbrios financeiros que desvirtuam o modelo,

mas um modelo mais estável, mais «auditável», em que no final se tem a obra mas em que, ao mesmo tempo,

se consegue poupar o esforço financeiro que é preciso para dotar o País com algumas infraestruturas e não se

corre o risco de deixar para as futuras gerações uma conta pesada. Se tivesse havido cuidado, teria sido

possível optar por um por outro modelo, isto é, se tivesse havido essa análise antes da assinatura dos

contratos. Acho que esse é um dos ensinamentos do Partido Comunista Português na Comissão que pode ser

vertido no relatório.

Porém, isso não esconde que nada disso foi feito em muitas e muitas parcerias público-privadas, porque o

calendário não era só o seu custo/benefício, como diz o Tribunal de Contas, o calendário era outro, como eu já

disse. Basta ver quanto custava cada anúncio, cada inauguração de projeto. Se ler bem o relatório do Tribunal

de Contas, ficará a saber que há inaugurações que custaram quase tanto como a obra em si, porque algumas

delas não chegaram a existir.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, vamos passar aos dois últimos pedidos de

esclarecimento.

Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo.

O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Hélder Amaral, muito me surpreende

que o CDS se associe a esta manobra de diversão promovida pelo Partido Social Democrata. Mas, se calhar,

não me deveria surpreender assim tanto.

É absolutamente confrangedor e desprestigiante para a Comissão Parlamentar de Inquérito à

Contratualização, Renegociação e Gestão de todas as Parcerias Público-Privadas do Sector Rodoviário e

Ferroviário, para a Assembleia da República e para as instituições aquilo a que temos assistido.