19 DE JUNHO DE 2013
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Sr. Presidente, Srs. Deputados: Os responsáveis pela instabilidade que se vive hoje nas escolas não são
os professores, é o Governo e a sua intransigência de despedimento de milhares de professores e de
cumprimento do pacto da troica.
Este Governo é já responsável por ter levado a cabo o maior despedimento coletivo: 14 500 professores
contratados foram empurrados para o desemprego, quando fazem tanta falta nas escolas.
É por isso que daqui queremos apelar aos professores, em especial, mas também a todos os
trabalhadores, aos estudantes, a todos os homens e mulheres deste País a lutar pela demissão do Governo e
pela derrota do pacto da troica, em defesa dos valores de Abril e do regime democrático.
Por um Governo patriótico e de esquerda, demissão deste Governo já!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Isilda
Aguincha, do PSD, Rui Jorge Santos do PS, Luís Fazenda, do BE, Heloísa Apolónia, de Os Verdes, e Michael
Seufert, do CDS-PP.
Srs. Deputados, tenho de lhes pedir, mais uma vez, tal como costuma fazer a Sr.ª Presidente, que os Srs.
Deputados se inscrevam atempadamente.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Isilda Aguincha.
A Sr.ª Isilda Aguincha (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, este Grupo Parlamentar não
questiona o direito à greve. É um direito legítimo de todos os trabalhadores e, obviamente, dos professores.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Desde que não haja!
A Sr.ª Isilda Aguincha (PSD): — Saudamos os professores, os que fizeram greve, os que foram à luta,
mas também aqueles que não fizeram greve…
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Isilda Aguincha (PSD): — … e que permitiram que os exames acontecessem.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Exatamente!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Obrigados pelo Governo!
A Sr.ª Isilda Aguincha (PSD): — 76% dos exames foram realizados e cerca de 18 000 alunos não
realizaram as provas, sendo estes a nossa preocupação.
Aplausos do PSD.
O Governo já anunciou que as provas se realizarão após cumprido o calendário da primeira fase de
exames, no dia 2 de julho.
Deseja-se que a tranquilidade regresse às escolas.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Só demitindo o Governo!
A Sr.ª Isilda Aguincha (PSD): — O Governo não obteve compromissos das estruturas sindicais que
garantissem que, com a eventual mudança da data deste exame, se cumprissem as provas. Esteve disponível
para o diálogo, tal como continua disponível.
O Sr. Ministro já assumiu que o horário letivo dos professores, um dos fatores de luta, não seria
aumentado.
Também já foi afirmado que não existirão situações de mobilidade.