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19 DE JUNHO DE 2013

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Vozes do PCP: — Muito bem!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — É isso que estes professores estão a fazer, ou seja, a lutar pela dignidade e pelo

regime democrático. É pena que este Governo não esteja disponível para cumprir a Constituição.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Deputado Rui Jorge Santos para pedir

esclarecimentos.

O Sr. Rui Jorge Santos (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Rita Rato, as políticas deste Governo são

ruinosas para a escola pública e um atentado à dignidade do exercício da profissão de professor. Não me

canso de dizer que o que este Governo pretende é, de facto, recriar uma escola pobre para pobres, voltar ao

antigamente, destruir a escola pública.

Aplausos do PS.

A greve não foi, nem é, uma luta corporativa, uma luta para que os professores tenham um regime de

exceção. Antes pelo contrário, é uma luta pela dignidade, uma luta pela defesa da escola pública, pela defesa

das famílias, dos estudantes e do Estado social. A verdade é que este Governo, de forma gratuita, ataca a

classe docente, provoca e humilha os professores.

Vejam e analisem em concreto alguns exemplos.

Primeiro exemplo: imaginem que um professor de uma escola de Vila Real, no próximo ano, não tem

horário para lecionar graças às políticas deste Ministério da Educação. Sabem o que pretende o Governo?

Que esse professor seja obrigado a ocupar um qualquer lugar de uma qualquer escola no Norte, por exemplo

em Viana do Castelo, a mais de 200 km de casa.

Um qualquer trabalhador da Administração Pública cujo posto de trabalho seja eliminado pode, é verdade,

ser colocado num outro serviço mas desde que a distância não ultrapasse 60 km da sua residência. Há aqui

um claro prejuízo para a classe docente.

Segundo exemplo: a conversa do aumento do horário de trabalho para as 40 horas. A maioria dos

professores trabalha mais do que isso, e também aqui não se pretende nenhuma exceção. Em relação ao

aumento das horas de lecionação, o Ministro falta à verdade quando diz que tal não vai acontecer. Veja-se,

por exemplo, o desaparecimento das direções de turma como componente letiva. O que implica esse aumento

não é mais trabalho para os professores individualmente, o que faz é retirar-lhes trabalho, pois pretende-se,

através deste mecanismo, despedir muitos e muitos professores.

Ontem, os professores deram uma resposta ao Governo, uma resposta convincente. E como há imagens

que valem mais do que 1000 palavras, vejam em concreto esta imagem publicada num jornal: vemos um

Ministro pesaroso, triste, curvado e quase, quase, quase a cair.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato para responder.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Jorge Santos, fez aqui uma análise sobre esta

situação e a greve dos professores. Mas não foi suficientemente claro sobre qual é a posição oficial do PS

sobre a greve.

Risos do PSD.

Naturalmente, teremos ainda oportunidade de a perceber.