O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

19 DE JUNHO DE 2013

19

não para dotar o País do cumprimento do Plano Rodoviário Nacional, mas, sim, por um calendário eleitoral. O

Governo anterior governou para as eleições, não governou para as futuras gerações.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Permitam-me que deixe aqui alguns exemplos que podem ser conferidos num conjunto de instrumentos.

Em relação à Metro Sul do Tejo, foi previsto um determinado tráfego, com três bandas, a máxima, a média

e a mínima. Segundo o contrato, o Estado suporta todos os custos, se o tráfego não atingir a banda mínima.

Pois, o tráfego situa-se a um terço da banda mínima, o que significa que o Estado português, fruto da falta de

rigor, da falta de cuidado, da falta de análise rigorosa do tráfego, gasta, por ano, em média, 5,7 milhões de

euros dos contribuintes portugueses. É este o resultado!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É verdade!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — O que falta das renegociações que foram feitas no novo modelo de

financiamento da Estradas de Portugal? As concessões. Dizia-se, e bem, que a portagem real devia ser

aplicada, essencialmente, nos centros de grande densidade populacional, já que elas se pagam a si próprias.

É verdade! Mas a verdade é que, na concessão da Grande Lisboa e na concessão Norte, que eram,

exatamente, concessões com base nesse modelo de portagem real, os privados perdiam dinheiro. E, na

renegociação, o que fez o Governo do Partido Socialista? Assumiu, para si próprio, essas duas concessões,

assumindo o risco e o prejuízo. Diria que aqui está um exemplo daquilo que nunca deve ser feito no bom uso

da coisa pública.

Sobre a alta velocidade, todos nos lembramos do que dizia o Ministro Mário Lino: «Um cidadão pode ter a

coluna torta, as pernas tortas ou não ter braços que, ainda assim, sobrevive, mas a falta de estudos de

impacte ambiental é mortal». E o que fez esse Governo? Sem estudos de impacte ambiental, assinou um

contrato de alta velocidade. O que disse o CDS, na altura? Alertou para o risco de indemnizações, chamou a

atenção para a degradação das condições financeiras, chamou a atenção para a dívida pública. O que fez o

Governo do Partido Socialista? Assinou um contrato e, agora, resta saber se vamos pagar, de indemnização,

167 milhões, como refere a Ernst & Young, ou os 260 milhões que a empresa pede. E o mais engraçado é que

esse contrato não teve visto prévio e, segundo a lei, não deveria ter sido assinado. Resta saber que interesses

estavam a ser defendidos, porque, seguramente, não era o interesse público.

O que dizer das subconcessões que vamos pagar em 2014, que são sete?! Dizem os parceiros privados

que não conseguiam cumprir o programa, que, de acordo com a degradação das condições financeiras,

tiveram de piorar as condições da 1.ª para a 2.ª fase, o que nunca deveria acontecer. O que fez o Governo?

Disse ser sensível à degradação das condições financeiras e assumiu o risco dessa degradação: são 705

milhões, segundo as melhores expectativas! O Estado trocou uma poupança certa, no momento certo, por

uma possível poupança, num momento incerto e num futuro incerto.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É verdade!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — E tudo isso sem comparador público, sem saber se ficava mais barato

fazer de uma forma ou de outra, sem estudos de impacte ambiental.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Digamos que estamos perante um exemplo claro daquilo que o Estado

nunca, em momento algum, deve fazer. Coincidência das coincidências: era ano de eleições, o que talvez

explique muita coisa!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.