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I SÉRIE — NÚMERO 103

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Temos, temos! Somos contra! Primeiro, temos de definir quais são as regras! Nós votámos a favor da lei de

meios, mas os senhores não regularizaram, não criaram os regulamentos e, portanto, até lá, os Srs.

Deputados não contam com o nosso voto. Podem ter esta garantia da parte do Partido Socialista!

Temos algumas objeções, nomeadamente quanto à própria privatização da TAP — já o dissemos! —, mas,

noutros setores, estamos disponíveis para enquadrar a sua realização,…

Protestos do PSD e do CDS-PP.

… em função de uma lei que resguarde a transparência e que faça a defesa dos interesses do Estado.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma declaração política tem agora a palavra o Sr. Deputado

Hélder Amaral.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Portugal atravessou uma

década na qual, fruto da integração europeia e das perspetivas económicas existentes, apostou em

infraestruturas. Devo dizer que o País, nessa matéria, fez algo que importa assinalar. Quem percorre o País,

quem consegue fazer, de forma isenta, uma avaliação do ponto de partida e do que temos hoje, tem de

reconhecer que o País fez um esforço enorme e tem hoje um conjunto de infraestruturas de qualidade

assinalável.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É verdade!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — A aposta governativa foi, obviamente, no investimento público. Já aqui

dissemos que não somos totalmente contra o investimento público, mas ele tem de ser feito com conta, peso e

medida, tem de ser feito com bom senso, tem de ser feito de forma sustentável, tem de ter em conta a nossa

capacidade não só de o executar mas, fundamentalmente, de o financiar e de não deixar, para as gerações

futuras, pesada herança.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Não esquecemos que o Plano Rodoviário Nacional foi um instrumento

aprovado por maioria nesta Câmara e que vários Governos o quiseram completar. Não tinha data, não era

necessário fazer tudo de uma vez só e, por isso, tinha um prazo longo de execução.

Nesse sentido, o que poderíamos e deveríamos ter feito era encontrar um modelo sustentável, um modelo

rigoroso, era dotar o Estado de capacidade de análise e de controlo dos investimentos, do défice e da dívida

pública, mas o que aconteceu foi a utilização das parcerias público-privadas, que se são em si mesmas um

modelo ágil e benéfico de gestão da coisa pública, se são em si mesmas uma forma de criar know-how e

capacidade no setor privado, são também um modelo que comporta muitos riscos. Por isso é que todos os que

foram passando pela Comissão Parlamentar de Inquérito à Contratualização, Renegociação e Gestão de

todas as Parcerias Público-Privadas do Setor Rodoviário e Ferroviário e todos os que escrevem sobre esta

matéria dizem que o Estado tem de ter condições para se defender, para defender o interesse público, para

defender os contribuintes e as gerações futuras. Pois foi isto que não aconteceu em tantos e tantos anos de

governação.

Portugal, a par do Reino Unido, da Espanha e da Grécia, tem 90% das PPP na União Europeia, mas

Portugal é o País que mais percentagem do PIB tem neste tipo de instrumentos nas parcerias público-

privadas.

Não querendo diabolizar este modelo, devo dizer que o calendário não engana. E quem quiser fazer uma

análise entre a execução de parcerias público-privadas e o calendário eleitoral, encontra uma feliz ou infeliz

coincidência. Ou seja, o Governo anterior utilizou as parcerias público-privadas não para a coesão territorial,