20 DE JUNHO DE 2013
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O Sr. Honório Novo (PCP): — Dizia a Sr.ª Deputada Cecília Meireles que não há caminhos fáceis. De
facto, bem sabemos que não há caminhos fáceis, mas este Orçamento não é um caminho fácil, é um caminho
impossível. E o que o País precisava era de um caminho inteligente, de um caminho racional, que defendesse
o País e que defendesse os portugueses e os trabalhadores.
Vozes do PCP: — Exatamente!
O Sr. Honório Novo (PCP): — O que temos aqui é teimosia, é a obsessão de uma maioria do PSD e do
CDS, que querem arrastar Portugal para o desastre, que querem arrastar Portugal para um segundo resgate.
Mas esse caminho tem de ser travado, e será certamente travado pelo povo português.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Uma vez que já dispõem de tempos muito curtos de intervenção, pedia aos Srs.
Deputados inscritos que não os ultrapassassem.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, como sabe, tínhamos proposto mais tempo para este
debate e provarei, na minha intervenção, que teria sido necessário que assim tivesse acontecido.
A Sr.ª Presidente: — Espero que não prove, Sr. Deputado!
Risos.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, é certo que a maioria tentou passar à margem deste
debate. O CDS teve uma intervenção inicial fugaz, o PSD seguiu a mesma bitola, pelo que pergunto: será que
o «gato», que parece chamar-se Gaspar, «comeu a língua» à maioria? Afinal, vão ter de votar a sobretaxa,
vão ter de votar o pagamento dos subsídios, vão ter de votar se querem ou não manter o pagamento das
rendas abusivas nas parcerias público-privadas — ontem, a maioria andava a dizer que é mau para, hoje,
continuar a pagar aos privados, que riem dessa argumentação da maioria.
É destas escolhas que a maioria tenta esconder-se, esperando que o dia de hoje passe rapidamente e que
o debate seja esquecido também rapidamente pelos portugueses. Ora, eles não esquecem!
As pessoas sabem bem o que esta maioria está a fazer ao País, sentem no seu bolso. Sabem que lhes
tiram, pelo saque fiscal, para pagar as PPP; sabem que cortam no subsídio de doença ou no subsídio de
desemprego para pagar os swap; sabem que cortam na escola pública, que despedem funcionários públicos
para continuar a dar sempre as benesses do costume à banca e aos seus administradores.
Estas são as escolhas de que a maioria tem vergonha, mas que hoje tem de dar a cara por elas, porque a
oposição assim o exige: terá de as votar!
Hoje, todas e todos os Deputados terão os olhos do País virados para si. Todas e todos os Deputados da
maioria não poderão dizer: «A culpa é do Governo, não tenho nada que ver com isso. A culpa é do Ministro
Gaspar, e até nem gosto dele, ou de um outro ministro qualquer cujos olhos não são muito bonitos». Hoje,
todas e todos os Deputados são responsáveis pelos seus votos. Será que estarão à altura dessa
responsabilidade?
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Menezes.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, chegados ao fim deste debate de
quatro requerimentos de avocação pelo Plenário da votação, na especialidade, de várias propostas de
alteração ao Orçamento retificativo, é importante salientar uma das propostas que foi apresentada pelo Bloco
de Esquerda, a da nacionalização das parcerias público-privadas.