I SÉRIE — NÚMERO 104
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fecharam também por via da redução do poder de compra, ou seja, dito de outra forma, ficaram com clientes e
pagam mais.
Sr. Deputado, não pode ser, está tudo a deteriorar-se! Os senhores tomam medidas diretas no sentido da
delapidação das micro, pequenas e médias empresas e de setores inteiros.
Portanto, quando verificamos que as medidas não estão a dar resultado, o que devemos fazer é recuar e
retificar — o Orçamento retificativo também devia servir para isso — as medidas que demonstraram não dar
resultado rigorosamente nenhum; antes, pelo contrário, delapidaram muito mais a situação.
Por último, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, gostaria apenas de referir que Os Verdes avocaram também
para Plenário uma proposta relativa à revogação do corte do subsídio de doença e do subsídio de
desemprego, proposta do Governo que demonstra uma total falta de respeito pelas pessoas mais fragilizadas.
Os senhores, em relação às pessoas mais fragilizadas deste País, cortam, cortam e cortam! Isto é uma
coisa absolutamente insustentável! Cortar no subsídio de doença, um subsídio a que a pessoa tem direito por
estar doente — não voluntariamente, espero eu que os senhores entendam que seja assim —, ou, quando
uma pessoa cai brutalmente no desemprego, levar mais um corte no subsídio de desemprego é chegar ao
limite dos limites.
Por isso, Os Verdes reafirmam aquilo que é tão importante reafirmar: este Governo não dará outro rumo ao
País. Este Governo não dará solução ao País. Este é o rumo escolhido pelo Governo e este é o rumo que tem
de ser determinantemente negado pelos portugueses.
Os portugueses farão cair este Governo mais tarde ou mais cedo.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, o Orçamento do Estado retificativo,
que hoje debatemos na especialidade, mantém as taxas de 5% e de 6% nos subsídios de doença e de
desemprego.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Uma vergonha!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Trata-se de uma medida punitiva para os que estão nas situações mais
vulneráveis: os doentes e os desempregados.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Exatamente!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Dirão os Srs. Deputados da maioria que ficou salvaguardado o valor mínimo
dos subsídios.
Ó Srs. Deputados, com toda a franqueza, o valor mínimo é mesmo mínimo e não permite a dignidade de
vida que estas pessoas merecem.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Não falem em valores mínimos. O sinal que deveríamos dar é o de que
protegemos os mais vulneráveis, os desempregados e os doentes.
Por isso, o Bloco de Esquerda desafia todas e todos os Deputados a votarem a favor da proposta de
alteração apresentada pelo Bloco de Esquerda. Eliminemos estas taxas. Está nas nossas mãos. É preciso
resgatar a dignidade dos mais pobres e dos mais vulneráveis.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado João Ramos.