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4 DE JULHO DE 2013

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A pergunta que se colocava no início desta tarde era se da reunião magna do CDS poderia, de alguma

forma, surgir uma boia, que, atirada a Pedro Passos Coelho, pudesse dar algum espaço de vida a este

Governo. Ora, a intervenção do Sr. Deputado demonstrou — e só não vê quem não quer ver — que não há

qualquer salvação, que não há qualquer possibilidade de haver um acordo de incidência parlamentar. Esta é a

conclusão que se tira da sua intervenção.

O Sr. Deputado esteve 10 minutos a falar e não tocou uma única vez nem no nome de Paulo Portas nem

no nome do CDS. Percebemos: não há salvação para esta coligação. Esta coligação já morreu, está morta!

Aplausos do BE.

E só aqueles que estão agarrados ao poder para ficarem lá custe o que custar, só os que estão agarrados

aos seus interesses é que não querem largar aquela bolsa de ar para a nossa democracia, mas que também é

o espaço da solução para esta crise política.

Dizer que as eleições são mais um passo para esta crise política é tentar manter no poder o pântano que

está a destruir o País. Ora, as eleições são o garante da saída desta crise política e aqueles que estão contra

as eleições estão do lado dos que querem que a crise continue, estão do lado da luta do PSD contra o CDS e

da luta do CDS contra o PSD.

Registo o seguinte: o CDS não se inscreveu para fazer uma única pergunta e também não se inscreveu

para, esta tarde, fazer uma declaração política. Há um partido que recusa assumir as suas responsabilidades,

fechou-se em copas, fechou-se no seu castelo para discutir o que vem a seguir. Ora, um partido que se fecha

em copas neste momento do País é um partido que não assume as responsabilidades daquilo que andou a

fazer e que tem vergonha.

Mas um partido, como aquele que o Sr. Deputado representou nesta declaração política, que nos dizia que

tudo ia bem e que agora, sim, é que íamos chegar ao momento do investimento nem sequer chega aos

calcanhares de Vítor Gaspar, que, na sua carta, dizia que assumia as responsabilidades dos dois anos de

governação. Diz Vítor Gaspar: «Ninguém acredita em mim». Eu acrescento: ninguém acredita neste Governo.

Só este Governo é que se quer manter custe o que custar.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para uma interpelação à Mesa, tem a palavra o Sr. Deputado Abel Baptista.

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, não é propriamente para uma interpelação, é mais para

defesa da honra da bancada do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr. Deputado Pedro Filipe

Soares, não é seguramente o Bloco de Esquerda que decide da oportunidade ou não da intervenção do CDS

nesta Câmara. O CDS é um partido institucional, é um partido que respeita as intervenções dos outros e que

exige o mesmo respeito na liberdade de escolha das suas intervenções.

O CDS não está calado. A liderança do CDS, da qual também fazem parte os líderes desta bancada, está

neste momento reunida. Por isso mesmo, a liderança da bancada não está hoje presente, mas está

representada. Se o Bloco de Esquerda não entende que a democracia se faz com os partidos políticos e se

não entende que os partidos políticos têm momentos próprios de decisão e de reflexão sobre a sua vida

interna e sobre o exercício dos seus mandatos é porque não estará habituado a isso em democracia.

A perspetiva do CDS da vida democrática é a de que, estando a decorrer uma situação grave —

poderemos dizer que é grave — para o País e para a vida interna do nosso partido, o CDS deve estar a

habilitar-se, neste momento, para poder intervir e informar o País sobre o que entende quanto à atual situação

política.

É por isso que o CDS não faz hoje nenhuma declaração política.

No final do dia, será feita uma declaração pelo presidente do partido.