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4 DE JULHO DE 2013

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Por isso, repito o que disse antes: a saúde democrática exige que a palavra seja devolvida aos

portugueses.

Para uma situação como esta existe uma única solução, e essa solução está consagrada na Constituição

da República Portuguesa. A Constituição não se engana. É necessário devolver a voz aos portugueses. São

necessárias eleições.

Aplausos do PS.

Face a um Governo e a uma maioria que se desmoronou, só a realização, quanto antes, de eleições pode

restaurar a confiança e a esperança: a confiança e a esperança para concretizar uma nova agenda, uma

agenda bem exemplificada.

Ainda no passado dia 27, o Partido Socialista apresentou medidas concretas, a maioria das quais aprovada

aqui nesta Câmara, medidas que demonstram que há outro caminho na conjugação entre a economia real, o

emprego e o rigor financeiro, tal como há outro caminho para o relacionamento de Portugal com o mundo e

com a União Europeia: um caminho de coesão e de capacidade competitiva; um caminho de ambição e de

afirmação de novas soluções e de novos instrumentos para salvaguardar o futuro de um projeto importante, de

um projeto que também é nosso, que é o projeto europeu.

Apresentámos, pois, soluções fortes e operacionais de que são exemplo o fundo de redenção, a

mutualização da dívida, as cooperações reforçadas para a competitividade ou, ainda, a cooperação solidária

para o emprego e o crescimento.

Como afirmou ontem o Dr. António José Seguro, este é o momento para confiar nos portugueses e na

democracia.

Confiar na democracia é também confiar na dimensão ética e na coragem dos que assumem

responsabilidades políticas.

Cada partido, cada parceiro, cada responsável institucional e cada instituição estão hoje, mais do que

nunca, obrigados a assumir as suas responsabilidades.

O Partido Socialista assumirá em plenitude as suas responsabilidades: assumimos a responsabilidade do

diálogo político; assumimos a responsabilidade do diálogo social; e assumimos a responsabilidade de

submeter aos portugueses uma alternativa sólida e de esperança.

Assumimos, pois, perante Portugal, a responsabilidade e o compromisso de propor e de concretizar um

novo rumo para o nosso País.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr. Deputado Carlos Zorrinho,

queria começar por lhe dizer que, na bancada do PSD, não ignoramos a gravidade da situação política que

Portugal vive no dia de hoje. Temos uma noção clara da preocupação que ela infere a toda a sociedade

portuguesa…

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não parece!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … e das consequências que ela traz.

De resto, não é uma situação nova, Sr. Deputado Carlos Zorrinho. O Partido Socialista, ao longo destes

anos de democracia, tem também tido oportunidade de exercer funções governativas e, nessa condição, teve

também as suas dificuldades.

Devo recordar-lhe — creio que o Sr. Deputado até fazia parte desse Governo — que no primeiro Governo

do Eng.º Sócrates, até um ano depois de iniciar funções, saiu um Ministro das Finanças e saiu um Ministro dos

Negócios Estrangeiros.

Vozes do PSD: — É verdade!