4 DE JULHO DE 2013
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Paulo Portas, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, demitiu-se dizendo que essa decisão é
irrevogável. O Sr. Deputado sabe o que é que quer dizer «irrevogável»?! É que parece que o Sr. Primeiro-
Ministro não entendeu o significado da expressão!
Então, pergunto, Sr. Deputado: como é que o PSD resolve esta situação? Face à crise que está criada, aos
ministros que vão saindo todos os dias e à crise nítida que há entre o PSD e o CDS, como é que o Sr.
Deputado pretende resolver a situação? Sr. Deputado, para Os Verdes, não há outra alternativa se não a da
dissolução do Parlamento, que está nas mãos do Sr. Presidente da República, e a convocação de eleições
antecipadas.
A última pergunta que gostaria de fazer ao Sr. Deputado é a seguinte: qual é o medo que o PSD tem de dar
a palavra ao povo? Chegou o momento, Sr. Deputado! Não há volta a dar. Os portugueses têm de ter uma
palavra em toda esta situação. Os senhores não se podem agarrar ao poder com «unhas e dentes» e dizer,
como o Sr. Primeiro-Ministro disse ontem, «daqui não saímos e daqui ninguém nos tira». Não pode ser, Sr.
Deputado! Há que assumir responsabilidades, e a responsabilidade que o PSD tem neste momento é a de
acabar com toda esta história absolutamente deprimente e sair! É o povo, neste momento, que deve governar,
através da sua palavra, e dizer dos destinos que quer para o País.
Sr. Deputado, qualquer outra solução que não passe pela dissolução do Parlamento será uma mera
pseudossolução de maquilhagem de uma situação que está absolutamente degradada, e o País, na situação
económica e social em que está, não suporta soluções de maquilhagem.
Sejamos sérios, Srs. Deputados, e partamos para soluções credíveis para levantar definitivamente este
País, para dar lhe esperança e rigor de futuro. Para isso, Sr. Deputado, é preciso que os senhores assumam a
vossa responsabilidade e saiam definitivamente.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Couto dos Santos.
O Sr. Couto dos Santos (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, a primeira nota que quero deixar é a
seguinte: não me arrasa nem me deixa, de alguma forma, preocupado a questão da crispação política, porque
o que me preocupa — e foi nesse sentido que fiz a minha intervenção — são os problemas que os
portugueses atravessam, aquilo que estão a pensar de nós neste momento.
Aplausos do PSD.
Já passei, na política, por crises e por momentos muito bons, e é nesse sentido que aqui apelo a todos
que, com serenidade, com honestidade, com responsabilidade política, possamos encontrar soluções para a
crise, porque é isso que os portugueses esperam de nós.
Vozes do PS: — Já vem tarde!
O Sr. Couto dos Santos (PS): — A resolução dos problemas da crise não se resolve com pessoas;
resolve-se com partidos políticos, que representam os portugueses.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Estamos preocupados com a crise, e foi isso que eu transmiti.
A nossa responsabilidade, enquanto partido — como o PSD é — mais votado, é fazer esse apelo, é fazer
tudo o que estiver ao seu alcance para encontrar soluções de forma a que os portugueses não possam ter
mais preocupações para além das que já têm e possam encontrar nos políticos as respostas aos seus
problemas.
Aplausos do PSD e CDS-PP.