I SÉRIE — NÚMERO 108
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O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Não é uma situação nova!
Vozes do PSD: — Esqueceram-se!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Embora na altura a situação não fosse tão dramática, porque Portugal
estava a crescer, não estava em recessão; a Europa estava a crescer, não estava a definhar do ponto de vista
económico e social; e, sobretudo, Portugal não estava sob assistência financeira.
O Sr. António Braga (PS): — E não era um governo de coligação!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Digo-lhe isto, não para escamotear a gravidade da situação, mas para
contribuir para poder desdramatizá-la.
O Sr. Deputado identificou aqui alguns dos problemas que hoje afetam a nossa sociedade. São problemas
nacionais a que, naturalmente, o Governo e a maioria têm a primeira responsabilidade de dar resposta, mas
que nos responsabilizam e nos convocam a todos, e também aos partidos da oposição, sobretudo ao principal
partido da oposição.
Por isso, quero dizer-lhe, Sr. Deputado, que a postura política que o Partido Socialista vem afirmando há
vários meses, e que não está relacionada com a situação política atual de pedir eleições antecipadas, deve
também fazer refletir o Partido Socialista.
O que aconteceu ontem com este episódio de instabilidade criado nos mercados financeiros, nas bolsas,
deve fazer refletir o Partido Socialista para que possa aferir o que é que um processo de eleições antecipadas,
que não é aquele que estamos a viver, pode trazer como consequência à vida das pessoas e ao caminho de
recuperação do nosso País.
Aplausos do PSD.
Por isso, Sr. Deputado Carlos Zorrinho, este é o momento em que todos devemos ter sentido de
responsabilidade, sentido de Estado e serenidade para não desperdiçarmos o esforço, o sacrifício, o
sofrimento de tantos e tantos portugueses, de tantas e tantas famílias, de tantas e tantas empresas, que, face
à situação que se criou em Portugal em 2011, tiveram de ultrapassar grandes adversidades e grandes
dificuldades.
Vozes do PSD: — Bem lembrado!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Nós não podemos desmerecer e desrespeitar esse esforço. Todos nós!
Aqueles que hoje exercem a responsabilidade de suportar o Governo e aqueles que se querem constituir
como uma alternativa a esse Governo quando houver eleições.
Sr. Deputado Carlos Zorrinho, termino dizendo-lhe o seguinte: não escamoteamos a gravidade da situação.
Estamos empenhados nesta maioria, no PSD e, seguramente, também no CDS-PP em encontrar soluções
que possam garantir estabilidade governativa, que possam garantir a subsistência da coesão desta coligação
e que possam, sobretudo, assegurar que vamos ser capazes de cumprir o contrato que afirmámos com os
nossos parceiros internacionais e que vamos recuperar, no tempo que está determinado, que é em junho do
próximo ano, a nossa soberania plena para que sejam os portugueses a escolher o seu futuro, as suas
políticas, aquilo que querem que seja o Portugal sólido, com crescimento económico e com criação de
emprego.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Carlos Zorrinho, tem a palavra para responder.