4 DE JULHO DE 2013
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derrotado na luta contra a TSU, na luta dos professores, que o Tribunal Constitucional condenou, é um
Governo que não pode governar. Não há Governo, porque não há maioria!
A austeridade falhou e o Governo empurra Portugal para um segundo resgate. E é neste momento que é
necessário tomar as decisões mais sensatas. A responsabilidade, hoje, exige duas decisões claras: ter ou não
eleições, aceitar ou não um segundo resgate.
Face à instabilidade, à profunda crise política em que PSD e CDS mergulharam o País, a única solução de
estabilidade e clarificação é ir a votos. Tudo o resto não será mais do que um jogo perigoso de taticismos
pessoais e partidários, que deixarão o País suspenso e determinarão um Governo de pântano, sem
estabilidade, sem programa, sem legitimidade.
Eleições são a resposta da clarificação, em vez do pântano, da sensatez, perante a irresponsabilidade
destes dias. Eleições são, pois, a única resposta que permite estabilidade e que confere legitimidade. Mais:
são a única resposta que resgata a própria democracia da crise de regime a que a irresponsabilidade conduziu
o País.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Quanto ao segundo resgate, que o Governo preparava já por causa da
dívida imensa que gerou e que PSD e CDS aceleram com o pântano agora criado, exige-se clareza de todos
os partidos. Não se pode ficar em cima do muro. Ou se aceita mais política de austeridade, mais
empobrecimento, mais perda de soberania, mais troica, ou se rejeita o caminho da bancarrota que tem vindo a
ser prosseguido e se tem a coragem de dizer não à troica e proteger o País.
Daqui a duas semanas, começa a oitava avaliação da troica e a clarificação é inevitável. Não foi apenas o
Governo que implodiu, a receita da troica falhou. A escolha é simples: ou lutamos por um Governo que rejeite
a troica e proteja o País, ou estaremos condenados a líderes políticos que, no dia em que o País se afunda,
entram no primeiro avião para Berlim.
A resposta do Bloco é a defesa do País e da democracia, da economia, das pessoas e do emprego. A
resposta do Bloco é a renegociação imediata da dívida e a rejeição da troica.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para proferir uma intervenção ao abrigo do n.º 2 do artigo 76.º do
Regimento da Assembleia da República, o Sr. Deputado Rui Pedro Duarte.
O Sr. Rui Pedro Duarte (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Um dia depois da implosão da
coligação, um dia depois da explosão da crise anunciada e um dia depois de o País saber que o Primeiro-
Ministro não se assusta com as adversidades que os portugueses enfrentam, o Primeiro-Ministro segue para
Berlim, para, supostamente, tratar das adversidades com que os jovens portugueses se confrontam todos os
dias.
Instalou-se, em Portugal, por demérito da maioria, uma espécie de cisma juvenil que já arrastou mais de
42% dos jovens para o desemprego. O mesmo cisma juvenil já fez embarcar, só nos últimos dois anos, cerca
de 110 000 jovens para outros destinos, que não o nosso País, foram cerca de 110 000 jovens que decidiram
não desistir de si próprios.
Praticamente um em cada dois jovens portugueses está desempregado e aqueles que ainda trabalham, ou
aqueles que já trabalham, são, cada vez mais, os novos autómatos do seu dono, a funcionar barato.
Falamos, por isso, das gerações de que Portugal não pode, nunca, prescindir, não pode, nunca, abdicar, a
geração de portugueses de que o Governo não poderia, nunca, ter desistido.
Em Portugal, como na Europa, a condição social, económica e laboral dos jovens tem estado
constantemente na periferia das prioridades políticas e nos subúrbios das opções de investimento.
Portugal, pela mão da ainda maioria PSD/CDS, é uma boa metáfora deste desinvestimento nas novas
gerações, desta ausência de visão estratégica, deste desrespeito pelo presente e desta inquietante demissão
do Estado de uma política de emancipação jovem.