4 DE JULHO DE 2013
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É urgente criar critérios de qualidade nos programas de apoio à contratação e de estágios profissionais, a
fim de termos ofertas de formação e emprego com condições salariais, de trabalho e segurança
absolutamente adequadas.
Todavia, e ainda que novos esforços sejam apresentados para combater o desemprego jovem no quadro
da União Europeia, os últimos dois anos demonstram-nos que, para Portugal, as oportunidades que, à partida,
parecem ganhas, estão, afinal, sempre perdidas, que os momentos de lucidez política da Europa não cabem
no plano político do Governo, de empobrecer Portugal.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Rui Pedro Duarte (PS): — Assim se comprova que, de forma insensata, a iniciativa Oportunidades
para a Juventude foi desperdiçada com o frustrante Impulso Jovem.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Apesar de haver uma nova garantia europeia para os jovens, o
Governo, ou o que dele resta, já demonstrou que não está capaz de garantir nada a ninguém. Pelo contrário!
O País precisa de um novo Governo, capaz de garantir um novo contrato de confiança com as jovens
gerações de portugueses, que, ao contrário deste Governo, não veem no modelo do empobrecimento o futuro
do nosso País.
O País precisa de um novo Governo, que não perpetue os tempos de falsas ilusões entre as novas
gerações.
Não se pode esperar que haja um dia de amanhã, um dia de esperança para este País, sem que todos os
jovens beneficiem e lhes permitam ter melhores condições de vida, aspirar a uma vida melhor e à definição de
um plano de vida.
Em suma, os jovens portugueses têm hoje uma única certeza quanto ao seu futuro e uma única motivação,
porventura a única que sobrevive ao seu deserto de expectativas: basta de austeridade! Este Governo chegou
ao fim!
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe desculpa, porque houve um erro meu na leitura do tempo de
que dispunha. Espero não lhe ter amputado tempo de intervenção. É que, de facto, o Sr. Deputado tinha
direito a mais tempo do que o que eu cuidava que tinha, pois agora é que vi o artigo ao abrigo do qual fez a
intervenção. Pelos vistos, não houve problema, e ainda bem, Sr. Deputado.
Tem agora a palavra, para proferir uma intervenção ao abrigo do n.º 2 do artigo 76.º do Regimento da
Assembleia da República, a Sr.ª Deputada Isabel Alves Moreira.
A Sr.ª Isabel Alves Moreira (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Quando escrevi esta
declaração, ainda não tínhamos assistido a um espetáculo infantil que os portugueses não merecem.
A morte do Governo ocorrida ontem seguiu o processo implícito à declaração inicialmente pensada, isto é,
o do divórcio total entre a falsa dupla Passos/Portas e o País real que ouviu isto: Primeiro-Ministro recebeu o
pedido de demissão de manhã, não a comunicou ao Presidente da República, permitindo, por parte deste,
uma declaração impenetrável, tudo isto acompanhado da tomada de posse da secretária de Estado com nome
de ministra, acontecimento alegadamente causa irrevogável da demissão de Portas, e atempadamente
comunicada a Passos, o que, segundo Passos, não é verdade, apesar de querer tentar fazer as pazes com o
alegado mentiroso! Perceberam?! O País também não!
Pior perceberam que o Primeiro-Ministro viesse, vitimizando cada palavra, não aceitar, em tom patriótico, o
pedido de demissão de Portas, curioso episódio de mais um atropelamento da Constituição, pois só o
Presidente da República tem semelhante poder.
«Não abandono o País», disse o Primeiro-Ministro. Sr. Primeiro-Ministro, o País é que já o abandonou.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!