4 DE JULHO DE 2013
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A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É um desastre da responsabilidade do PSD e do CDS na sua
aplicação. O CDS pode estar calado a tarde toda, pode dar as piruetas que quiser, mas não se livra de ser tão
responsável como o PSD pela situação em que o País está colocado!
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
Como se o prosseguimento deste caminho do pacto da troica não significasse o afundamento, cada vez
maior, da vida das pessoas e do futuro nacional. Escusam de ameaçar com as gravosas consequências que
supostamente adviriam da demissão do Governo. Tudo o que aconteceu até agora e tudo o que acontecer
para diante é da responsabilidade dos que nos trouxeram até aqui, não será da responsabilidade da
convocação de eleições.
A situação em que o País se encontra não permite, sem dúvida, uma resolução rápida e mágica de todos
os seus problemas. Mas eles só se resolvem com a inversão do caminho seguido, com a rutura com a política
de direita e nunca com a sua continuação.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É por isso que dizemos que há de ser o povo a resolver esta situação.
O mesmo povo que levou à implosão do atual Governo e que há de conquistar uma nova política.
E é preciso dizer desde já que não serve ao País mudar de Governo e não mudar de política; não serve ao
País trocar um Governo e um Primeiro-Ministro desgastado por outro que ainda não esteja; não serve ao País
quem queira continuar pelo mesmo caminho, mesmo que com esta ou aquela alteração circunstancial.
Nos últimos 38 anos, foram alternando os Governos e piorando as políticas. Agora é tempo de exigir uma
verdadeira mudança. Uma política que rejeite o pacto de agressão — o Memorando da troica; uma política em
que seja o povo a mandar e seja o povo o destinatário das políticas e não, outra vez, os banqueiros, os
grandes grupos económicos e financeiros, a especulação e as grandes potências da União Europeia.
Desta vez, é preciso que as decisões do povo não lhe sejam roubadas a seguir. É preciso um Governo de
esquerda com uma política de esquerda, com uma política patriótica, com uma política de futuro. E vamos
conquistar essa política!
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
A Sr.ª Presidente: — A próxima declaração política é do Bloco de Esquerda.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: As últimas 48 horas são a
cronologia da ópera bufa em que se tornou a coligação de direita. Um Governo a decompor-se perante o olhar
de todos os cidadãos, um Primeiro-Ministro sem Governo e agarrado ao poder que nem uma lapa, um País
refém dos humores de um ministro de Estado com zero sentido de Estado.
Esta crise resume-se numa palavra: irresponsabilidade. Ou, se quiserem, em duas palavras:
irresponsabilidade máxima.
A direita não hesitou em tornar o País refém das suas birras e lutas internas. Se há pouco a dizer sobre o
degradante espetáculo oferecido por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, Cavaco Silva é outro nome que já
deu demasiadas provas de não estar à altura das suas responsabilidades.
Estas 48 horas de absoluto desprezo pelos cidadãos e pela consequência de tanta irresponsabilidade nas
suas vidas, não começaram ontem. Não. A crise que rebentou esta semana é o epílogo de uma crise há muito
anunciada: a do falhanço estrondoso da austeridade e da sua incapacidade para oferecer soluções e
esperança ao País.
Comecemos pelo princípio.