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4 DE JULHO DE 2013

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Gostávamos de ver uma atitude de inteligência e responsabilidade política por parte do Partido Socialista,

explicando o que faria diferente e como, mas de forma concreta e explícita, aliás indo além das medidas que

recentemente apresentou nesta Câmara e que o Partido Social Democrata e a maioria aprovaram.

A Sr.ª Teresa Leal Coelho (PSD): — Muito bem!

O Sr. Couto dos Santos (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, a realização agora de eleições iria pôr

em causa o enorme sacrifício que os portugueses já fizeram e fechar a janela de oportunidades que hoje se

abre para começarmos a crescer e a criar melhores condições de vida.

O défice estrutural diminuiu, o défice público está dentro dos parâmetros acordados com a troica, as taxas

de juro no mercado primário e secundário desceram, o País ganhou credibilidade externa.

Protestos do PS.

Uma crise política agora seria como estar-se a sair de um túnel e alguém provocar um desabamento nesse

momento.

Aplausos do PSD.

Depois da tecnocracia e do trabalho de se controlar as contas públicas e de se obter confiança dos

credores, é tempo de se passar à economia e à política. Por isso, deixo um apelo ao sentido de

responsabilidade histórica e política do Partido Socialista e ao bom senso e espírito democrático do seu

Secretário-Geral, António José Seguro, com as seguintes perguntas:

Estão conscientes de que a defesa dos interesses de Portugal e dos portugueses passa por eleições?

Acreditam e querem assumir a responsabilidade por contribuírem para fomentar a continuação da crise

política, ao ponto de se chegar a um processo eleitoral no momento em que se realiza a oitava avaliação do

Programa de Ajustamento e no momento em que as perspetivas de abertura da troica poderão gerar melhores

condições para a economia?

Acreditam e querem assumir a responsabilidade pelas consequências de termos um processo eleitoral

antecipado, quando estamos a nove meses de terminar o Programa de Ajustamento e de voltarmos a ser

autónomos e soberanos?

Os Srs. Deputados do Partido Socialista têm a certeza e a consciência, pelo menos política, de que os

mercados vão continuar a financiar Portugal nas mesmas condições se tivermos, neste momento, eleições

antecipadas?

Sr.as

e Srs. Deputados, temos a experiência, nesta Câmara, de que o Bloco de Esquerda e o Partido

Comunista, dois meses após qualquer ato eleitoral para as eleições legislativas, arrancam com a campanha de

pedir eleições antecipadas.

Vozes do PCP: — É falso!

O Sr. Couto dos Santos (PSD): — Faz parte do seu código genético. Por isso é que, felizmente para o

País, não chegam a governar Portugal.

Mas da parte do Partido Socialista, partido de alternância, estamos habituados a ver sentido de Estado,

responsabilidade política e bom senso. Não quero acreditar — nem acredito — que o Partido Socialista pense

mais no partido do que no País, pelos princípios democráticos em que baseia a sua doutrina e a sua conduta e

pelas pessoas que o constituem.

Protestos do PS.

Acredito no sentido de responsabilidade coletiva dos políticos e dos partidos políticos para se encontrarem

caminhos de entendimento em políticas de longo prazo e que são fundamentais para os portugueses. São

políticas que não podem ser condicionadas pelos ciclos eleitorais.