5 DE JULHO DE 2013
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Da parte do Bloco de Esquerda, toda a clarificação. Dizia o Sr. Ministro, tentando diminuir as nossas
propostas, que a renegociação não é o caminho. Ora, se a renegociação tivesse sido feita há dois anos,
quando nós dizíamos, neste momento estaríamos melhor do que estamos hoje.
Dizia também o Ministro do Governo que cortou nos salários, que cortou nas pensões, que atacou o
rendimento das famílias, que é impensável, por exemplo, um imposto sobre as grandes fortunas!
A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — Já mexemos!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Disse: «Não! Nessas nós não podemos mexer!»
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Nos salários e nas pensões, sim, podem mexer, mas nas grandes
fortunas é que não!
Protestos da Deputada do PSD Conceição Bessa Ruão.
Era disso que o Ministro falava quando diminuía as propostas do Bloco de Esquerda.
Ora, deste lado — e com isto termino, Sr. Presidente — sabemos que escolher aqueles que servem a
dívida para pagar a especuladores é virar as costas ao País. E nós estamos do lado daqueles que se juntam
ao povo para dizer que é este Governo e não é o povo que está a mais no País!
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para encerrar o debate, em nome do Governo, tem a palavra o Sr.
Secretário de Estado das Finanças.
O Sr. Secretário de Estado das Finanças: — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: No debate sobre o
ajustamento português dos últimos anos importa reter os factos. Importa reter os factos centrais, aqueles que
reproduzem fielmente a situação, e não as construções de discursos políticos que não reproduzem fielmente a
situação.
Nestes últimos dois anos, os portugueses, com o seu esforço, com os seus sacrifícios e com a sua
coragem, alcançaram importantes progressos no ajustamento da economia.
Aplausos do PSD.
É um dever dos seus representantes reconhecer não só esses esforços, mas também os seus resultados.
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Estão bem à vista!
O Sr. Secretário de Estado das Finanças: — Esconder esses resultados seria uma tremenda injustiça.
A informação transparente e rigorosa sobre a situação do País em geral e do ajustamento da economia em
particular é um bem precioso que tem de ser partilhado com toda a comunidade política. E o Governo nunca
prescindirá de o fazer.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Secretário de Estado das Finanças: — O mesmo dever de transparência e de rigor obriga a dizer,
contudo, que os desafios do ajustamento ainda não terminaram.