6 DE JULHO DE 2013
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Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.
Sr. Deputado António Filipe, também posso dizer que «o alcatrão não engana»! No passado havia alcatrão
que servia para tapar buracos, este último alcatrão serviu para cavar buracos, e esse foi o grande problema
neste País.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Nuno Encarnação (PSD): — Cavou tanto buraco neste País este último alcatrão, não sei se pela sua
qualidade, não sei se pelo modo como foi aplicado, mas seguramente a conclusão foi essa, Sr. Deputado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas,
Transportes e Comunicações.
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (Sérgio Monteiro): —
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O debate que hoje aqui travamos tem a virtude de nos colocar perante
os dois caminhos do nosso ajustamento e recuperação da plena soberania.
Por um lado, trata-se de debater cortes permanentes na despesa pública, através do processo de redução
dos encargos com as parcerias público-privadas rodoviárias e, por outro lado, o aumento de receita e
diversificação de fontes de financiamento por conta do programa de privatizações que abata à dívida, aos
juros e, por isso, a austeridade.
Importa aqui comunicar que os acordos alcançados entre a comissão de negociação e as concessionárias
já se encontram homologados, quer por mim quer pelo Secretário de Estado das Finanças, e que esses
acordos representam uma poupança para os contribuintes, em base anual, de 259 milhões de euros, que
chegarão aos 300 milhões de euros no momento em que terminarmos as duas negociações que ainda
decorrem com incidência em 2013 e que serão posteriormente submetidos para visto prévio ao Tribunal de
Contas.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Muito bem!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Hoje cumpre-me
revisitar o trabalho meritório que foi feito pelo Governo num todo, pelo Parlamento visando incrementar os
níveis de controlo, supervisão e escrutínio das decisões em matéria de assunção de compromissos pelo
Governo.
O diagnóstico sobre os encargos das PPP rodoviárias estava feito. Tive o gosto, conjuntamente com
Guilherme Oliveira Martins, Fernando Pacheco, Augusto Lopes Cardoso e Avelino Jesus, de participar num
grupo de trabalho suprapartidário que, em 2010 e em 2011, contribuiu não só para a avaliação das parcerias
como para os caminhos a percorrer para a redução dos encargos públicos.
Este relatório (que contribuiu do ponto de vista pessoal o meu primeiro contributo para o desenho de uma
política pública nesta matéria) foi também um guião escrupulosamente cumprido no exercício destas funções
governativas.
No quadro do atual Governo foram já produzidos um conjunto de mecanismos que visa blindar os
interesses do parceiro público nas PPP. Falo do quadro normativo que disciplina a intervenção do Estado na
definição, conceção, preparação, concurso, adjudicação, alteração, fiscalização e acompanhamento global das
parcerias público-privadas e que criou igualmente a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos.
Refiro-me, também, ao reforço do poder do Tribunal de Contas, passando a ser proibida — e repito
proibida — qualquer execução de obra antes da obtenção do visto ou mesmo a alteração à praxis da
nomeação de comissões de negociação, atribuindo autonomia na negociação ex ante para posterior avaliação
tutelar independentemente das opções tomadas.