I SÉRIE — NÚMERO 110
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A Sr.ª Eurídice Pereira (PS): — É isto que acontece? Não, Sr. Secretário de Estado, não é!
Aplausos do PS.
A transparência não dispensa, como regra e não como exceção, o lançamento de concursos públicos. É
isto que acontece, Sr. Secretário de Estado? Não, não é isto que acontece!
O rigor e a transparência, mas, acima de tudo, o País, não dispensam a existência, aliás, aqui referida pelo
Sr. Secretário de Estado, como se estivesse a gozar connosco, de um regime de salvaguarda dos interesses
estratégicos nacionais em setores fundamentais, que devia estar a ser aplicado, recordo-lhe, desde dezembro
de 2011, com os senhores no exercício do poder.
O Sr. Mota Andrade (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Eurídice Pereira (PS): — E está, Sr. Secretário de Estado, apesar das suas palavras, hoje, aqui?
Não, não está! E não está porquê, Sr. Secretário de Estado? Porque este Governo não criou esse regime,
como prometeu na lei de setembro de 2011, e, como não o criou, não o aplica, pelo que vai fazendo seguir os
processos de privatização como bem quer e entende.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Ferro Rodrigues.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Eurídice Pereira (PS): — Vou concluir, Sr. Presidente.
E a resposta que nos vai dar, Sr. Secretário de Estado, no sentido de que essa salvaguarda está garantida
nos cadernos de encargos, não vai colher, Sr. Secretário de Estado, porque é curto.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Sr.ª Deputada, já ultrapassou largamente o tempo de que dispunha.
A Sr.ª Eurídice Pereira (PS): — Estou mesmo a terminar, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, Sr. Secretário de Estado, isso é curto, porque essa salvaguarda não é apenas para o
que se privatiza, é fundamentalmente para aquilo que não se deve privatizar. Esta salvaguarda tem de ser
escrita, tem de se assumir como um compromisso e o Governo tem de o cumprir.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para pedir esclarecimentos, tem, agora, a palavra a Sr.ª Deputada
Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado Sérgio Monteiro, ouvir a sua
intervenção, sobretudo quanto à questão das privatizações, lembrou-me logo uma frase que penso não ter dito
claramente, Sr. Secretário de Estado, mas estava presente em todas as entrelinhas: «Espelho meu, espelho
meu, há alguém que privatize melhor do que eu?!». Foi esta a mensagem do Secretário de Estado Sérgio
Monteiro.
Aplausos do BE.
Pergunta o Sr. Secretário de Estado: «Vou privatizar os CTT? Não sei, mas queria. Vou privatizar a TAP?
Não sei, mas gostava. Vou privatizar os Estaleiros de Viana do Castelo? Não sei, mas vou tentar, com todo o
empenho.»