13 DE JULHO DE 2013
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isso significa que não queremos aqueles limites, que queremos outros, que queremos mais e mais dinheiro,
nesse caso, Sr. Deputado, não geramos uma situação de confiança.
Foi por isso que eu evoquei a resposta que a Sr.ª Diretora-Geral do Fundo Monetário Internacional deu a
uma das cartas que o senhor enviou às instituições, dizendo que esta política tinha de parar e que nós
tínhamos de renegociar o Memorando. A resposta foi, julgo eu, tão certeira que convém não a esquecer
quando partimos, novamente, para uma disputa sobre os termos e condições que precisamos de reunir para
sair com sucesso da assistência económica e financeira.
O Sr. Deputado Miguel Frasquilho enunciou aqui um leque ainda mais completo de indicadores do que
aquele que eu referi inicialmente. Só posso responder-lhe, dizendo que interpreto estes sinais, para futuro,
como sinais encorajadores que, finalmente, apresentam uma medida da recompensa que os portugueses
podem finalmente aceder, depois do esforço que realizaram.
Mas sabemos também — e creio que foi a Sr.ª Ministra das Finanças que o disse há algum tempo a
propósito desta dualidade entre o crescimento e a austeridade — que, verdadeiramente, nós (e estou a citá-la)
não temos de estar a perder tempo com aprofundar a austeridade, porque não é da austeridade que se trata, é
da nova realidade em que vivemos, e a nova realidade em que vivemos tem de se sujeitar às restrições reais
que temos e não às ficcionadas.
Portanto, Sr. Deputado, são muito encorajadores estes sinais para futuro, não fazemos nenhum
triunfalismo, como disse o líder da bancada do PSD, mas não podemos deixar de intensificar os sinais
positivos que temos para o futuro, porque os portugueses esforçaram-se muito para que eles pudessem
acontecer.
Disse a Sr.ª Deputada Helena Pinto que eu, mais uma vez, falhei, que devíamos tirar conclusões e que eu
devia demitir-me. Sr.ª Deputada, não o farei! É importante, numa democracia adulta e madura, que um
Governo que foi eleito para cumprir uma legislatura o possa fazer.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Já está demitido pelo Presidente da República!
O Sr. Primeiro-Ministro: — É importante que um Governo escolhido pelos portugueses que tem de vencer
um programa de assistência económica e financeira possa entregar aos portugueses o que eles merecem: o
fecho desse programa.
Sr.ª Deputada, o que lhe posso dizer, desse ponto de vista, é que o destino do País está muito associado
ao destino deste Governo!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Por isso é que está a correr mal!
O Sr. Primeiro-Ministro: — E, nessa medida, Sr. Deputada, o que lhe posso aqui garantir é que o
insucesso deste Governo corresponderia a um grande insucesso para o País.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — É o contrário!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, Sr.ª Deputada, quando, ainda há pouco tempo, o Sr. Presidente da
República recordou a tragédia que seria esse falhanço, isso, Sr.ª Deputada, só nos faz ter eticamente um
sentido de responsabilidade ainda maior, porque sabemos que o destino do País nos está ligado para o bem e
para o mal. E isso, Sr.ª Deputada, aconselha a que o Governo não tenha estados de alma, e este Primeiro-
Ministro também os não tem. Não tem, justamente porque o País merece que possamos oferecer-lhe aquilo
que o País anseia e reclama: o fim deste resgate financeiro e a possibilidade de recuperar a nossa autonomia.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Finalmente, Sr.ª Deputada Teresa Leal Coelho, espero que se sinta respondida com aquilo que agora
mesmo acabei de dizer.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.