13 DE JULHO DE 2013
35
Finalmente, a síntese de conjuntura da Universidade Católica (reputada) prevê um crescimento positivo no
2.º trimestre de 2013 em redor de 0,6%, o primeiro crescimento depois de 10 trimestres de recessão.
Sr. Primeiro-Ministro, sabemos que tudo isto é claramente ainda insuficiente, mas são os primeiros sinais
da economia real que podem indiciar que alguma coisa está a mudar.
Sabemos que a conjuntura externa é muito difícil, sobretudo a conjuntura europeia e na zona euro, mas
estes indicadores permitem-nos ter não só a esperança de uma recuperação da economia mas também a
esperança de que os esforços dos portugueses, os sacrifícios por que os portugueses têm passado, e que têm
sido muitos, não foram em vão.
Não podemos desperdiçar o que até agora foi feito e, numa altura em que surgem estes sinais, Sr.
Primeiro-Ministro, queria perguntar-lhe como é que os interpreta e qual é a importância que lhes dá para a vida
dos portugueses e para o futuro do nosso País.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do Bloco de Esquerda.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, na sua intervenção inicial, falou pouco
sobre o estado da Nação, mas foi muito esclarecedor sobre o estado da governação ao dizer que a crise
política foi desencadeada pela demissão do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. Paulo Portas, sentado
mesmo ao seu lado.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Ficámos a saber o que é que o Sr. Primeiro-Ministro quer dizer com
estabilidade e até com estabilidade ativa.
Sr. Primeiro-Ministro, depois da demissão do Dr. Vítor Gaspar, que confessou o erro das suas políticas,
depois da demissão de Paulo Portas, que se zangou com a governação, depois de o Presidente da República
«tirar o tapete» ao Governo…
O Sr. João Serpa Oliva (CDS-PP): — Outra vez?!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — … só o senhor é que não vê e nos diz: «Que bom. Vamos continuar. Isto é
para ir para a frente!»
Ó Sr. Primeiro-Ministro, o normal em democracia é olhar de frente a realidade e reconhecer quando se
falhou.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — E o senhor falhou! A síntese da sua governação é só uma palavra: falhanço! E
só há uma possibilidade de mudança, só há uma, que é dar a voz ao povo. É dar a palavra ao povo! É isso
que é preciso fazer!
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Exatamente!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Primeiro-Ministro, permita-me que lhe diga: tem de interiorizar esta
questão! Já acabou! Sr. Primeiro-Ministro, já acabou! Interiorize! Habitue-se à ideia e vamos fazer com que o
País possa avançar. Só o senhor é que não vê, Sr. Primeiro-Ministro!
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do PSD.