13 DE JULHO DE 2013
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O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muita coisa foi conseguida, e se uma coligação não é, de facto, uma
fusão, uma coligação não é também um concurso mas, sim, um exercício de compromisso permanente, e nós
estamos dispostos a esse mesmo compromisso.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Por outro lado, é evidente que, ao falarmos nas dificuldades, não ignoramos a necessidade e a importância
que tem, do nosso ponto de vista, a abertura, neste momento, de um segundo momento, de um segundo ciclo,
se quisermos, de um novo impulso na governação do País.
Também sabemos, indo ao encontro do apelo, que não ignoramos, do Sr. Presidente da República, que
esse novo ciclo, que esse novo impulso tem um pressuposto fundamental: a capacidade de diálogo e de
acordo político, designadamente com o maior partido da oposição, com o Partido Socialista.
É evidente que, para nós, CDS, neste momento, é muito importante — e digo-o, dirigindo-me diretamente
ao PS — não somarmos nenhuma crispação à crispação política já existente hoje em dia em Portugal.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — É importante construirmos, se não uma solução de governo conjunto,
pelo menos um acordo em relação ao essencial,…
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
… em relação àquilo que ultrapassará o quadro, obviamente, de uma legislatura. É muito importante que o
consigamos, mas, para isso, também é importante que o Partido Socialista não esteja sempre numa posição
de queixa ou, então, por alternativa, respondendo a tudo com eleições antecipadas.
Não é possível que assim seja: o compromisso implica dois e implica, obviamente, acordos concretos,
soluções concretas para a estabilidade do País.
Esse segundo ciclo depende ainda de outras ideias, de ideias fundamentais, como, por exemplo, a de que
a vontade reformista seja efetiva, mas se faça no quadro constitucional de que dispomos; como, por exemplo,
que exija uma nova visão europeia de uma política de exigência de uma Europa, que tem, obviamente, de ser
mais solidária com os seus povos, designadamente com aqueles que atravessam dificuldades; que haja uma
nova atenção ao investimento e à economia; que haja uma nova abordagem de exigência com os nossos
credores, querendo cumprir, mas exigindo também aquilo que é necessário para que a flexibilização
necessária para esse cumprimento seja possível.
Srs. Deputados, muito em particular Srs. Deputados do Partido Socialista, ouvi com a maior atenção o
Secretário-Geral do Partido Socialista, o Sr. Deputado António José Seguro, dizer aqui, hoje, que o diálogo
não tem de ser só entre três partidos e se deve estender a toda a Câmara.
Obviamente que quem é democrata tem de admitir que assim é. O debate e o diálogo parlamentares têm
de ser feitos entre todos os partidos. Mas, ao mesmo tempo que o dizemos, também sabemos — e é
importante que se reconheça — que, quando falamos num acordo entre três partidos, é porque sabemos que
não há solução possível fora do cumprimento, não há solução possível fora do Memorando de Entendimento,
porque aí saímos do espaço de diálogo.
Não é possível, não há solução com apelos a não pagar, com apelos a revogações unilaterais ou com outro
tipo de soluções. Respeitamos a posição política de quem o defende, mas não acreditamos que nisso haja
solução. E é por isso que qualquer entendimento se tem de fazer entre os três partidos que assinaram o
Memorando, como é evidente.
Queremos o diálogo e estamos dispostos ao diálogo.
Queremos o diálogo em vez da vozearia, queremos o diálogo em vez da gritaria.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.