I SÉRIE — NÚMERO 113
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Queremos e estamos dispostos ao diálogo, mas para que haja esse diálogo é necessário responder a duas
perguntas essenciais. Primeira: como conseguimos garantir para o País uma solução governativa estável?
Segunda: como conseguimos garantir o cumprimento das nossas obrigações, mantendo a estabilidade no
País?
Desse ponto de vista, obviamente que queremos esse diálogo alargado; obviamente que respondemos
positivamente ao desafio do Sr. Presidente da República. Mas sublinhamos também, ao mesmo tempo, que
num momento de tensão entre os partidos e de tensão governativa a maioria, os líderes e os partidos
responderam com rapidez e com eficácia a essa mesma tensão e que a proposta que foi feita, que foi
formalizada e que está em cima da mesa, de uma solução governativa estável, de uma renovação do esforço
da maioria é uma proposta sólida, credível e, do nosso ponto de vista, duradoura.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
É importante garantir estabilidade e também é importante, neste momento, desfazer um conjunto de ideias
feitas.
A primeira ideia feita que é preciso desfazer é a ideia de que há alguma falta de legitimidade da maioria ou
do Governo para seguir a sua missão, cumprir o seu mandato e prosseguir os seus objetivos. Não há
nenhuma falta de legitimidade, não aceitamos essa falta de legitimidade!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Foi o povo que lhe tirou o tapete!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Da mesma forma, Srs. Deputados, não aceitamos que perante o
exercício democrático de quem está aqui eleito pelo povo haja uma tentativa ou uma política de intimidação
permanente como, infelizmente, aquela a que assistimos ainda ontem vinda das galerias deste mesmo
Parlamento.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Não aceitamos essa lógica de intimidação em nenhuma circunstância. Foi aqui hoje anunciada, de resto no
exercício da sua ampla e plena autonomia — estou a referir-me ao Partido Ecologista «Os Verdes», como é
evidente —, a apresentação de uma moção de censura. Queria dizer, desde já, em nome do CDS, que sim,
senhor, muito bem, é muito bem-vinda: vamos discutir a moção de censura!
Para nós, será, obviamente, um momento de afirmação, de coesão, de uma maioria que não verga, que
não desiste, e que está aqui convicta para responder àqueles que são os nossos adversários!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Termino, Sr.ª Presidente, dizendo que não aceitamos também a ideia
de que, em Portugal, de cada vez que governa o centro-direita, têm de se pedir eleições antecipadas todos os
dias, todas as semanas. Não aceitamos essa ideia!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Queremos o diálogo, mas não desistimos, porque temos um objetivo, que é o de recuperar a liberdade e a
soberania plena de Portugal.
O nosso objetivo é o de não desperdiçarmos o esforço e o sacrifício que tantos portugueses têm feito! O
nosso objetivo é o de não desperdiçarmos o empenhamento de tantas empresas e de tantos empresários! O
nosso objetivo é o de mobilizar energias nacionais! O nosso objetivo é o de pensarmos na próxima geração e
não na próxima eleição, em função, obviamente, do interesse nacional e de Portugal.