13 DE JULHO DE 2013
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portugueses olham para o seu futuro, dos seus filhos, ou do País, para os convencer a aceitar uma vida cada
vez pior.
Mas a vida não tem de ser cada vez pior e o País não está condenado ao empobrecimento. É preciso
resgatar o Pais desta política, das mãos deste Governo, da troica e do Presidente da República. Com este
Governo não há esperança, com esta política não há futuro.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Portugal precisa de uma política patriótica e de esquerda que dê
resposta aos problemas do País. Sabemos que este Governo e os anteriores deixaram o País numa grave
situação. Não há, nem haverá soluções fáceis. Mas também sabemos que Portugal não é um País pobre e
que com outra política poderemos devolver ao povo os direitos que lhe foram roubados e começar a inverter o
declínio nacional. Uma política patriótica e de esquerda, que tem de partir da rutura com o pacto de agressão,
em que ninguém queira enganar outra vez os portugueses. Não há mudança efetiva de política sem rejeição
do Memorando da troica. Uma política que exige a imediata renegociação da dívida nos seus montantes, dos
juros, dos prazos e condições de pagamento, com redução do serviço da dívida para um nível compatível com
o crescimento económico e a melhoria das condições de vida.
É falso, Sr. Deputado Telmo Correia, dizer que não se quer pagar. Um dia poderemos ouvir que não
podemos pagar, e é por isso que nós consideramos que os credores têm força, mas os devedores também
têm direitos, como é o caso, aqui, em Portugal.
Aplausos do PCP.
Uma política que aposte decisivamente na produção nacional, que defenda e desenvolva o aparelho
produtivo, aproveitando os recursos e as riquezas do País e que tenha como objetivo o pleno emprego.
Uma política que melhore as condições de vida dos portugueses, aumentando os seus rendimentos,
contribuindo também para a dinamização da nossa economia, particularmente no mercado interno.
Uma política que garanta o direito à educação, à saúde, à segurança social, à justiça, salvaguardando o
caráter público dos seus serviços e eliminando as restrições de acesso por razões económicas e que
contribuam para combater as desigualdades.
Uma política que defenda a soberania nacional e os interesses do País, designadamente face à União
Europeia. É em torno desta política alternativa, e não de continuismo da política de desastre, que se impõe a
convergência de todos os democratas e patriotas, dos trabalhadores e do povo português.
Uma política alternativa que exige um Governo que a concretize, um Governo capaz de romper com a
lógica e o ciclo vicioso que se instalou no País do sistema de alternância sem alternativa. Podem contar com o
PCP para assumir todas as responsabilidades que o povo lhe queira atribuir e para fazer a diferença no futuro
de Portugal.
Não se iludam os que julgam poder continuar a enganar para todo o sempre o nosso povo. Nós temos
confiança de que o povo português será capaz de abrir caminho novo, de esperança, de que Portugal precisa.
E temos uma profunda convicção: é que nada está perdido para todo o sempre.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do Bloco de Esquerda.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Em março de
2012, Cavaco Silva, no prefácio do livro Roteiros VI, escrevia: «Há quem tenha a ilusão de que o Presidente
da República pode impor aos partidos, contra a vontade destes, a sua participação em governos de coligação,
por vezes apelidados de salvação nacional», mas advertia que essa solução seria sempre artificial e precária,
consumindo-se rapidamente em lutas internas e dando lugar a uma instabilidade política muito prejudicial ao
País.