19 DE JULHO DE 2013
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Sabíamos que, nestas circunstâncias, pagaríamos um elevado preço político, inflacionado pela demagogia
da oposição. Mas se agora soubermos todos, incluindo a oposição, estar à altura do momento histórico que
estamos a viver,…
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … poderemos servir o interesse nacional. Para o Governo, o País esteve
sempre primeiro, e continuará a estar. Essa é uma prioridade de que nunca iremos abdicar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP, de pé.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, como resulta da moldura deste debate, segue-se um conjunto de
perguntas dirigidas à Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia e ao Sr. Primeiro-Ministro. Os intervenientes nesta
primeira ronda dispõem de 5 minutos para formular as suas perguntas.
Para fazer uma pergunta à Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, está já inscrito o Sr. Deputado Carlos Zorrinho.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as
e Srs. Membros do Governo,
Sr.as
e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, esta moção de censura veio acompanhada de uma
pergunta que, por estranho que pareça, ou talvez não, não foi formulada pelo partido interpelante, mas, sim,
pelo líder do Partido Comunista Português.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Mas ainda nem falou!
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Uma pergunta que, aliás, por estranho que pareça, ou talvez não, foi
dirigida ao PS, em vez de ser dirigida ao Governo.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas ninguém falou no PS!
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — E qual foi essa pergunta? Foi: «De que lado está o PS?»
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Porque é que está a enfiar a carapuça?
Risos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Está muito nervoso, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Porque é que está a enfiar a carapuça?
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Como estava a dizer, a pergunta foi no sentido de saber de que lado estava
o PS. A resposta é imediata: censurámos o Governo há três meses e voltamos agora a censurar o Governo.
Chama-se a isso coerência.
Se pensavam que o Partido Socialista, pelo facto de dialogar com os vários partidos políticos, renegava as
suas posições ou deixava de fazer oposição ao Governo, Srs. Deputados, podem desenganar-se. O País
precisa de outras políticas, de políticas de crescimento e emprego — sempre o dissemos e reafirmamo-lo hoje.
Aliás, o discurso que foi feito aqui pelo Sr. Primeiro-Ministro, um discurso de otimismo balofo,…
Protestos do PSD.
… é um discurso que não cola com a realidade, nem mesmo com a realidade vista pelos olhos da sua
própria maioria. Mas também não cola com a realidade vista pelos olhos do ex-Ministro de Estado e das
Finanças, que, numa carta tornada pública, reconheceu o falhanço desta política. E não cola também com a