19 DE JULHO DE 2013
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Hoje estamos em condições de dizer ao País que tudo isso representa uma
poupança acumulada para os próximos 30 anos de cerca 54 500 milhões de euros.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Repito: face ao que foi inicialmente contratado em 2011, a nossa poupança é de 54 500 milhões de euros,
o que representa uma diminuição da divida pública de 20% do produto interno bruto.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos dos Deputados João Galamba, do PS, e Honório Novo, do PCP.
Isto quer dizer que Portugal, nos próximos cinco anos, reduz as suas necessidades (brutas) de
financiamento em cerca de 18 000 milhões de euros (10% do PIB), o que contribui para poupanças
orçamentais acumuladas de cerca de 5400 milhões de euros. Entre 2013 e 2017, pouparemos, em média,
todos os anos, 1,1 milhões de euros.
Estes números falam por si, vencem todas as dúvidas que a oposição irresponsavelmente alimenta. Quem
poderá negar, ou até diminuir, estes resultados? Quem poderá negar, ou até diminuir, o que isto significa em
termos da proteção dos portugueses e do Estado social?
É aqui que está a defesa dos portugueses, e não numa rutura financeira gratuita que arrastaria o País para
uma saída desordenada do euro, para o colapso do Estado social e para o esmagamento da economia.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Quando se apela a não pagar as dívidas e a rasgar o Memorando de Entendimento faz-se uma falsa e
sinistra promessa de libertação, porque se sugere a remoção de um fardo apenas para o substituir por um
outro infinitamente mais pesado.
Nesse sentido muito prático, a oposição é financeiramente irresponsável, porque nunca responde pelas
consequências mais do que óbvias das suas proclamações.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — No caso dos partidos mais à esquerda, essa irresponsabilidade é evidente.
Mas esta é a oportunidade para o Partido Socialista fazer uma separação de águas. É o momento de o
Partido Socialista mostrar que sabe assumir a responsabilidade de contribuir ativamente para a resolução dos
problemas nacionais e de ultrapassar as suas hesitações.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Não reconhecer a importância histórica deste momento seria desiludir o legado do Partido Socialista como
um partido da integração de Portugal na Europa e como um partido com um papel importantíssimo na
fundação da nossa democracia.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O País precisa de um Partido Socialista que, como partido que aspira a
governar, não acalente a fantasia de uma súbita e perpétua vontade de o Norte da Europa passar a pagar as
nossas dívidas provavelmente para sempre.
O País precisa de um Partido Socialista que aceite o convite do Sr. Presidente da República para
lançarmos as bases concretas e realistas do nosso futuro coletivo.