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25 DE JULHO DE 2013

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O Sr. João Serpa Oliva (CDS-PP): — Outra vez?!

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — … de se demitir de um Governo, nomeadamente por incompatibilidade

radical com a Ministra das Finanças e, dois dias depois, veio logo dizer que iam trabalhar lado a lado, muito

juntos. Fez bem em dar o tónus da falta de legitimidade desta solução quando, inclusivamente, temos o Sr.

Presidente da República que, no fundo, baralhou durante 10 dias, e voltou a dar.

Neste sentido, temos aqui um PSD refém da fome de poder de um CDS em que não há nada em que não

possa tocar: é o emprego, é a relação com a troica, são as relações internacionais… Não há nada em que o

CDS não possa tocar. Mas, ao mesmo tempo, reconheçamos que essa é uma responsabilidade acrescida e

que é, digamos, o preço dessa fome, irrevogável, de poder que o Sr. Ministro Paulo Portas e o CDS têm!

Sr. Deputado, não queria deixar de fora a preocupação que assistiu a muitos portugueses e portuguesas

sobre a evolução de todo este processo negocial em que o Partido Socialista esteve envolvido, respondendo

ao apelo do Sr. Presidente da República para o tal entendimento de salvação nacional. Os senhores estiveram

seis dias reunidos, seis dias sentados à mesma mesa, foram, certamente, muitas horas de longas conversas…

Ouvimos aqui dois Deputados da maioria invocarem a proximidade de um entendimento sobre matérias

nucleares, até quinta-feira o País criou a expetativa sobre a possibilidade de o PS embarcar neste

entendimento com os partidos da maioria em nome da dita «salvação nacional» requerida pelo Sr. Presidente

da República e, nesse sentido, entendo que é uma expetativa legítima dos portugueses e em nome da

democracia e da clareza que falta a este debate hoje feito de «era uma vez que estava tudo bem», como se

não tivessem tido qualquer responsabilidade da crise política que criaram…

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Para desfazer todo este cinismo político, diga-nos afinal, Sr. Deputado, em

que é que se baseou esta possibilidade de entendimento. Era sobre o défice? Sobre as metas do défice? A

renegociação da dívida? A renegociação do Memorando? Objetivamente até quinta-feira, pelo menos, quando

essa possibilidade estava sobre a mesa, o que é que poderia sustentar o entendimento com os partidos da

direita, com os partidos que sustentam este Governo?

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do PSD.

Sr. Deputado Luís Menezes, tem a palavra.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Alberto Martins, da tribuna, aquilo que

ouvimos foi pouco mais do que alguma politiquice que até não é costume vir da parte do Sr. Deputado, que

nos tem brindado, com toda a honestidade, com intervenções com substância, com problemas concretos.

Aquilo que vimos foi um exercício de politiquice, de tudo aquilo que esta Casa e os políticos enquanto agentes

do povo muitas vezes são criticados. Não ouvimos uma proposta.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Nada!

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Ouvimos muitos chavões, ouvimos umas frases engraçadas para aparecer,

se calhar, na televisão, mas, no fim do dia, o PS não trouxe aqui uma proposta, não trouxe aqui uma ideia. E o

facto é só este: critica de várias formas esta remodelação e o Governo. Diz que é uma quebra de uma

promessa eleitoral o Governo passar de 11 para 13 ministros. Sr. Deputado, é uma quebra é da coerência do

PS, que tanto criticou a dimensão do Governo por ser pequena e, no momento em que o Governo ajusta a sua

dimensão para um novo ciclo de governação para os próximos dois anos, vem dizer: «Não, o Governo era

pequeno e agora é grande».

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É preso por ter cão e preso por não ter!