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I SÉRIE — NÚMERO 115

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O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — É inequívoco que chegaríamos a eleições muito pior do que estamos

hoje.

Depois, o Partido Socialista…

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.

Como estava a dizer, o Partido Socialista aposta tudo naquilo que seria uma hipotética maioria absoluta,

que todos percebemos que, provavelmente, não teria. E o País pode ficar pendurado por isso? Ou, então, faria

o quê? Governava com o Bloco de Esquerda e começava por sair da NATO no dia seguinte, como pediu o

Bloco, na sua antecipação de negociações? Qual é a solução, Sr. Deputado?

Apesar disso tudo, e agora, sim, termino, Sr.ª Presidente, deixo-lhe uma nota, Sr. Deputado: não vá pelo

caminho de tentar a intriga entre os dois partidos da coligação, porque os dois partidos já demonstraram que

não estão para intrigas. Dizer que «o CDS agora manda mais e o outro manda menos» é bom para os

corredores, mas não resolve os problemas do País. Não vá por aí, Sr. Deputado.

Faço-lhe um apelo final: era bom que o Partido Socialista, hoje, nos dissesse se está ou não disposto a

continuar a dialogar, porque a verdade é que sabemos que há alguns pontos em que é importante que se

dialogue, em que é importante que se desfaçam as diferenças, em que é importante que se perceba que há

possibilidade de conversar. Penso que os portugueses continuam a querer que os partidos que subscreveram

o Memorando continuem a conversar, porque isso é importante para Portugal. Está, ou não, o Partido

Socialista, pontualmente e sectorialmente, disposto a essa conversação? Nós estávamos, continuamos a estar

e vamos querer conversar, porque entendemos que é bom para Portugal.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Martins.

O Sr. Alberto Martins (PS): — Sr.ª Presidente, começo por responder ao Sr. Deputado António Filipe,

cujas palavras agradeço, lembrando-lhe que o Sr. Presidente da República propôs um compromisso de

salvação nacional que é, nem mais nem menos, um instrumento de diálogo entre os partidos para encontrar

uma solução e saída para a grave situação nacional.

Como o Sr. Deputado sabe, entendemos e deixámos expresso que, da nossa parte, não participaríamos

nem integraríamos nenhum Governo sem que houvesse, previamente, eleições.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Daqui a um ano!

O Sr. Alberto Martins (PS): — E colocámos também, imediatamente, como condição, que todos os

partidos, incluindo o seu, participassem nesse diálogo nacional. Os senhores autoexcluíram-se e nós

lamentamos que o tenham feito, mas, pela nossa parte, a situação é muito clara: não faltaremos nunca ao

País numa situação de emergência.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Alberto Martins (PS): — Os portugueses sabem que podem contar com o Partido Socialista…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Para ajudar o Governo!

O Sr. Alberto Martins (PS): — … numa situação de emergência. Não faltaremos nem fugiremos, antes

assumiremos as nossas responsabilidades.

Vozes do PS: — Muito bem!