I SÉRIE — NÚMERO 117
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O Governo tenta iludir os portugueses de que se pode nascer duas vezes. Mas não se pode nascer duas
vezes!
Este é o mesmo Governo. O velho Governo. Este é o Governo da espiral recessiva. Este é o Governo de
um milhão de desempregados. Este é o Governo das falências de empresas e das insolvências das famílias.
Este é o Governo da TSU e dos cortes de 4,7 mil milhões de euros na educação, na saúde e na segurança
social. Este é o Governo que fez o maior aumento de impostos e que mais rendimento retirou aos reformados
e aos pensionistas. Este é o Governo que está a empobrecer o nosso País, a destruir a classe média, a enviar
portugueses para a emigração e a negar o futuro aos jovens.
Este é o mesmo Governo. Este é o velho Governo!
Aplausos do PS.
Este é o Governo que lançou o nosso País numa enorme crise política e que agora tenta fazer crer que não
é nada com ele.
O que se passou foi de uma enorme gravidade para que passe em claro sem o repúdio dos portugueses.
A crise foi causada, única e exclusivamente, pelas demissões dos dois ministros de Estado deste Governo,
o Dr. Vítor Gaspar e o Dr. Paulo Portas, que se demitiram, precise-se, por discordância da política seguida ao
longo destes dois anos.
Quem afirmava aos sete ventos que o País não podia entrar numa crise política foi quem criou a mais
grave crise política desta Legislatura.
Não tentem tapar o sol com a peneira! O vosso tempo chegou ao fim!
Aplausos do PS.
Esta moção não passa de uma encenação, de um passe de mágica, de um faz de conta!
Os portugueses dispensam um Governo que faz de conta, apenas para se manter no poder a qualquer
custo. O nosso País necessita de outro Governo, de um novo Governo e de uma nova maioria. Portugal
precisa de um Governo que honre a palavra dada, que fale verdade e não iluda nenhum dos graves problemas
que temos pela frente, como o desemprego, a dívida pública e o défice orçamental.
Portugal precisa de um Governo que assuma que é preciso negociar com a União Europeia. Portugal
precisa de um Governo de confiança que assuma a liderança em torno de uma agenda que mobilize os
portugueses para sairmos desta crise.
Aplausos do PS.
Sr.ª Presidente, nos próximos meses, o nosso País vai ser chamado — se é que o não foi já — a tomar
decisões fundamentais para o nosso futuro.
Dessas decisões destaco o modo como concluiremos o atual programa de assistência financeira, a
maneira como aplicaremos os fundos comunitários para o período de 2014 a 2020 e a reforma da União
Económica e Monetária.
Os fundos comunitários serão, nos próximos anos, o maior volume de investimento que teremos à nossa
disposição. O PS defende que esses fundos devem ser aplicados, prioritariamente, em incentivos
reembolsáveis.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Muito bem!
O Sr. António José Seguro (PS): — Os fundos comunitários devem ser apontados a investimentos que
promovam a internacionalização das nossas empresas e a substituição de importações por aumento da
produção nacional.
Competitividade e coesão devem ser as metas do novo QREN, obedecendo a uma efetiva coordenação e
convergência das prioridades para o investimento, leia-se competitividade, e para a qualificação, leia-se
coesão.