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31 DE JULHO DE 2013

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O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Pode até ter a confiança dos grandes interesses económicos, dos

banqueiros e dos especuladores, dos ditos mercados, mas não tem a confiança do povo português.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Com esta moção, Sr. Primeiro-Ministro, o Governo dá mais um golpe na

credibilidade desta maioria. Se esta maioria aprovar uma moção de confiança a este Governo só confirma que

a Assembleia tem de ser dissolvida, porque os portugueses já não se sentem nela representados. É que, lá

fora, Sr. Primeiro-Ministro, esta moção jamais passaria!

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

A Sr.ª Presidente: — Ainda para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Drago.

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-

Ministro, tentei buscar na minha memória histórica quando foi a última vez que um Governo com maioria

absoluta na Câmara da Assembleia da República apresentou uma moção de confiança ao Parlamento, mas

devo dizer-lhe que não me recordo.

Contudo, acho que o Sr. Primeiro-Ministro tem toda a razão em apresentar aqui uma moção de confiança

quase no último dia de trabalhos da Assembleia da República antes das férias. Basta, para isso, olhar para a

bancada do Governo.

Temos, em primeiro lugar, o Sr. Primeiro-Ministro, o homem que disse que não aumentaria impostos, que

não atacaria subsídios, que tem para sua memória histórica a maior recessão económica alguma vez vivida na

história da nossa democracia e o maior número de desempregados que alguma vez existiu na nossa história,

e aí está!

Ao seu lado, estava há pouco Paulo Portas, o Ministro que nos disse que continuar no Governo seria um

ato de dissimulação, e aí está!

Tínhamos há pouco, mas também já saiu, o Secretário de Estado Adjunto, que tem as relações diretas com

a troica e que escrevia, quando a dívida pública ainda não atingia os 100% do PIB, que não havia outro

caminho senão restruturar a dívida. Agora, cada vez que conversa com a troica, estou certa de que engole

esse papel.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Exatamente!

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Temos, mais adiante, o Ministro da Economia — o novo Ministro da Economia

— que, enquanto estava como empresário no sector privado, praticamente desdisse todas as políticas do seu

Governo para a área da economia,…

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Todas!

A Sr.ª Ana Drago (BE): — … e outras, como por exemplo o não pagamento do subsídio de férias neste

mesmo ano, que foi agora criticado.

Temos ainda, um pouco ao seu lado, Rui Machete, que é a entrada oficial da ala cavaquista no Governo.

Mas não é qualquer ala cavaquista, é a ala cavaquista que passou pelo BPN e que apresenta, portanto, como

currículo ter estado mudo, cego e quieto nos vários anos de crime financeiro que aconteceram no BPN.

Protestos do PSD.

Ao seu lado estava também — já não está — a Ministra das Finanças, que tem dificuldades com a verdade:

primeiro, disse que não havia referências na transição de pastas, depois que houve referências e não havia

papel, depois que havia papel mas não era suficiente porque não tinha proposta, depois que havia proposta

mas não gostava, e depois parou durante um ano.