18 DE SETEMBRO DE 2013
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O Sr. Pedro Roque (PSD): — Está de parabéns o Governo, é certo, mas creio que, acima de tudo, há que
fazer aqui justiça: está de parabéns o Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS), uma vez que, e
desmontando um pouco esta retórica da luta de classes, tendo em conta o supremo interesse nacional,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — O supremo interesse dos patrões!
O Sr. Pedro Roque (PSD): — … tendo em conta o interesse das pessoas que, desta forma, veem
prolongado o seu contrato de trabalho, entendeu, de forma maioritária, propor esta medida ao Governo, o qual,
naturalmente, aceita, sendo que é, obviamente, uma medida de caráter extraordinário.
E, mais uma vez, é de realçar este sentido patriótico do CPCS e da maioria dos parceiros sociais,
contrastando, aliás, com o Partido Socialista. Portugal, infelizmente, tem um Partido Socialista que se recusa a
colaborar em medidas tão simples quanto estas, que têm em conta o interesse dos trabalhadores e da
renovação dos contratos.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Dos patrões!
O Sr. Pedro Roque (PSD): — Mas, felizmente, na sua maioria, os parceiros sociais são parceiros de
confiança que procuram o que é essencial, o que beneficia o País e os trabalhadores. São parceiros
responsáveis que fazem acordos e que se entendem com o Governo nesta matéria.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Está a falar dos consultores do Governo?
O Sr. Pedro Roque (PSD): — Como disse, esta não é uma medida perfeita, mas permite a continuidade
dos trabalhadores experientes num contexto económico ainda incerto, com vantagens reais para a
produtividade económica. São trabalhadores que têm a sua experiência, que já estão na empresa e que
permitem que esta, que é o seu próprio universo, que é também a fonte de rendimentos, tanto dos
trabalhadores como da economia nacional, possa ter aqui também um benefício.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Pelo Bloco de Esquerda, para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Mariana Aiveca.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Ministro, bem-vindo como
Ministro do Emprego. Pesa sobre si mais esta carga.
Queria fazer alguns comentários, nomeadamente à última intervenção do Sr. Deputado Pedro Roque, que
assume que esta não é uma medida perfeita. Sr. Deputado, não é uma medida perfeita, porque o que vêm
propor é uma grande trafulhice relativamente aos contratados a prazo.
Diz o Sr. Ministro, em tom irónico, tão irónico quanto hipócrita, que se não fosse esta medida aumentaria o
desemprego. Sr. Ministro, mas afinal porque é que aumentaria o desemprego? Não tem de se cumprir a
legislação do trabalho? Não tem de se cumprir o Código do Trabalho, que prevê renovações de contrato,
findas as quais se têm de transformar em postos de trabalho permanentes?
Vozes do CDS-PP: — Isso é que é hipocrisia!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Então o senhor inaugura o seu reinado como Ministro do Emprego dizendo
«não se cumpra a legislação»?!
Diz o Sr. Deputado do CDS: «Então, mais vale ter um emprego precário do que não ter nenhum».
O Sr. Pedro Roque (CDS-PP): — E é mentira?!