I SÉRIE — NÚMERO 3
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O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Uma dessas medidas extraordinárias
é exatamente esta renovação, Sr.ª Deputada.
O que sabemos é que se não tomássemos uma medida como esta poderíamos ter um aumento ainda mais
significativo do desemprego em Portugal. E o que todos nós queremos combater é exatamente isso.
Por isso, Sr.ª Deputada, se justifica apresentar um diploma como este, que permite a muitos trabalhadores
em Portugal manterem o seu posto de trabalho, não engrossarem as estatísticas e os números do
desemprego e poderem continuar a estar ocupados no mercado de trabalho, que é, penso, o desafio mais
importante para todos nós.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Se é assim, porque é que vão despedir na Administração Pública?
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Sá.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Há dois anos, o PSD e o CDS-PP
estabeleceram um regime de renovação extraordinário dos contratos a termo com caráter excecional.
Esperava-se que combatessem o maior flagelo que os portugueses vivem — o desemprego. Era essa a vossa
obrigação. Porém, o que o Governo PSD/CDS-PP fez, ao longo destes dois anos, foi aumentar o desemprego
em Portugal para recordes históricos.
VV. Ex.as
não só não melhoraram a situação como a agravaram. Em janeiro de 2012, quando pediram uma
renovação extraordinária com caráter excecional, existiam 675 000 portugueses desempregados; hoje, o Sr.
Ministro, o Governo do PSD/CDS-PP, tem o desplante de vir a esta Câmara pedir novamente a renovação
extraordinária dos contratos a termo apresentando o triste recorde de mais de 1 milhão de portugueses
desempregados.
O Sr. Ministro e o seu Governo ainda não perceberam que não é com renovações extraordinárias dos
contratos a termo que se combate o desemprego em Portugal e se cria emprego para os portugueses?
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Não, é indo tudo para a rua!…
O Sr. Nuno Sá (PS): — Em vez de promover o crescimento económico, de criar emprego e de combater o
desemprego, agravaram-no, com mais 400 000 portugueses desempregados.
A solução que o Governo tem para apresentar aos portugueses no início desta sessão legislativa é mais do
mesmo — mais precariedade, mais incerteza, mais angústia.
O problema central, Sr. Ministro, não é a renovação dos contratos a termo, é a ausência de políticas de
crescimento económico, é a falta de interesse e de vontade em combater a sério o desemprego em Portugal.
O que todos esperamos, e ansiamos, é o termo deste Governo, que, apesar das renovações
extraordinárias, com a destruição social e económica que tem gerado no nosso País, não merece a confiança
dos portugueses.
Sr. Ministro, queria ainda aproveitar esta oportunidade para lhe fazer uma pergunta: está o Governo
disponível para integrar uma cláusula de salvaguarda para os contratos celebrados após a entrada em vigor
desta lei?
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Artur Rêgo, do CDS-PP.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados: O Governo apresenta esta proposta de lei, como o Sr. Ministro já muito bem explicou, na
sequência daquilo que fez em 2012. De facto, face a circunstâncias extraordinárias justificam-se medidas