18 DE SETEMBRO DE 2013
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extraordinárias. E foi no reconhecimento da continuação dessas circunstâncias extraordinárias que os próprios
parceiros sociais vieram solicitar e propor que se fizesse uma prorrogação dessas medidas extraordinárias.
É fácil dizer que o desemprego aumentou. É evidente que não tem qualquer fundamento ou verdade vir
dizer que o desemprego aumentou por via destas medidas extraordinárias. Não tem qualquer fundamento!
Pelo contrário, havia de se fazer o estudo dos milhares e milhares de trabalhadores que viram o seu emprego
ser salvo e mantido pela possibilidade que foi dada aos seus empregadores de poderem prorrogar os seus
contratos, que de outra maneira teriam cessado, levando à extinção da relação laboral.
Neste momento, o Governo está a fazer aquilo que fez desde o princípio, principalmente neste Ministério,
ou seja, age sempre em consonância com a concertação social, age sempre em pleno acordo e sintonia com a
concertação social. O que é proposto neste diploma resulta de iniciativas e propostas que partiram dos
próprios parceiros sociais, da UGT.
Cito aqui as palavras do Sr. Secretário-Geral da UGT, que disse: «pior do que um emprego precário é não
ter emprego, é não ter trabalho».
Vozes do CDS-PP e do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — É a opção entre a morte e o estado de coma!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — A forma como está proposta a prorrogação extraordinária permite não só
acautelar esses empregos, a prorrogação desses contratos, como permite também, e isso é extremamente
relevante, que sejam os parceiros sociais, em sede de concertação social, a fazer a reavaliação do regime e a
recomendar alterações ou a continuação do mesmo.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, a Mesa aguarda mais inscrições para o debate.
Pausa.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato, do PCP, para uma intervenção.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: O Sr.
Ministro não quis responder à pergunta que colocámos mas o PCP tem vontade de lhe dizer quantos postos
de trabalho foram destruídos num ano. Foram destruídos 180 000 postos de trabalho num ano! E o Governo
vem aqui hoje apresentar esta proposta de lei com o objetivo de destruir mais postos de trabalho e de
generalizar o recurso ilegal à precariedade.
Desde a apresentação do Programa do Governo PSD/CDS-PP ficou bem claro que não era o combate à
precariedade e ao desemprego o objetivo deste Governo, porque desde que foi eleito e desde que, com o PS,
subscreveu o pacto da troica tem havido, todos os dias, um crescente desemprego e a generalização da
precariedade, a generalização do recurso ilegal à precariedade, o embaratecimento e a facilitação dos
despedimentos, os cortes salariais, o aumento do horário de trabalho, o agravamento da articulação das vidas
pessoal, familiar e profissional.
Sabemos que desde a assinatura do pacto da troica, e com a aplicação destas medidas gravosas contra os
direitos dos trabalhadores, tem vindo a registar-se um decréscimo brutal do número de trabalhadores com
contratos sem termo. Isto revela de forma inequívoca, se dúvidas ainda houvesse — e não precisámos, por
isso, de esperar para ouvir o PSD —, que a opção de classe deste Governo é a de substituir trabalhadores
com direitos por trabalhadores sem direitos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!