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I SÉRIE — NÚMERO 4

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O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Ricardo Rodrigues, as minhas primeiras

palavras são para o felicitar pela sua eleição como Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo

e desejar que nessas suas novas funções faça um excelente trabalho.

Aplausos do PS.

Porém, Sr. Deputado, queria dizer-lhe que a CDU, que obviamente tem uma influência reduzida na Região

Autónoma dos Açores, aumentou a sua representação de quatro para seis eleitos diretos em assembleias

municipais. E, relativamente à Região Autónoma da Madeira, embora não tenha participado na coligação que

o Partido Socialista integrou na candidatura à Câmara do Funchal, a CDU manteve o seu vereador e reforçou

significativamente a sua posição eleitoral na Câmara Municipal do Funchal, como, aliás, no conjunto da Região

Autónoma da Madeira.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. António Filipe (PCP): — Mas, relativamente aos resultados eleitorais, se no que respeita ao reforço

eleitoral da CDU não há duas opiniões, no que concerne ao resultado eleitoral do Partido Socialista já há

opiniões diversas e dados objetivos.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Dados objetivos!

O Sr. António Filipe (PCP): — A questão que podemos colocar é esta: será que os eleitores, depois de

terem derrotado o Partido Socialista nas eleições legislativas, fizeram as pazes com o Partido Socialista? Não

me parece, Sr. Deputado, porque, se virmos bem, o Partido Socialista, no conjunto das assembleias

municipais, passou de 36,67% nas eleições anteriores para 34,95% nestas eleições.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. António Filipe (PCP): — Perdeu 1,72 pontos percentuais, perdeu 282 834 votos e perdeu 198 eleitos

diretos.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Claro!

O Sr. António Filipe (PCP): — Portanto, é verdade que o Partido Socialista teve mais maiorias de câmaras

municipais, que o número de vereadores ficou idêntico ao de 2009, mas o que é um facto é que perdeu!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Em vez de atacar o PSD, ataca-nos a nós?!

O Sr. António Filipe (PCP): — Ó Srs. Deputados, eu não ataquei o Partido Socialista! Mas o Partido

Socialista decidiu falar de «corda em casa de enforcado» e, evidentemente, não podia ficar sem resposta.

Portanto, em número de votos e em percentagem, o Partido Socialista perdeu posições relativamente às

eleições anteriores. Mas é óbvio que o Partido Socialista foi o que obteve o maior número de maiorias em

câmaras municipais…

Aplausos do Deputado do PS Carlos Zorrinho.

… e beneficiou do desastre eleitoral do PSD — isso é inequívoco.

Sr. Deputado Ricardo Rodrigues, queria concluir esta minha resposta concordando consigo no seguinte

ponto: criou-se, em algum discurso mediático, a ideia de que as candidaturas ditas «independentes»

representariam um maior mérito democrático do que as candidaturas apresentadas por partidos e nós