I SÉRIE — NÚMERO 4
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Aplausos do PS.
Dizemo-lo com o sentido da humildade democrática e da responsabilidade que lhe está subjacente. Não
vimos, ao contrário do Sr. Deputado, fazer um discurso que não seja o da responsabilidade democrática,
retirando as ilações respetivas e a leitura nacional que, em parte, também tem de ser feita desta votação, da
qual o CDS tentou escapulir-se.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não, não!
O Sr. António Braga (PS): — A verdade é que o CDS concorreu em coligação com o PSD em mais de 80
concelhos e parece que quem perdeu as eleições foi só o PSD, que o CDS ganhou tudo!
Aplausos do PS.
Sabe, Sr. Deputado, a questão que se coloca é a de, depois de apurado o resultado das eleições, tirar as
devidas ilações políticas, locais, evidentemente, mas também nacionais.
O Sr. Deputado Hélder Amaral veio dizer-nos que o CDS faz falta. O CDS faz falta, no Governo, para cortar
as reformas aos reformados?! Para retirar o Inglês das escolas?! Para destruir o Estado social?!
Aplausos do PS.
O CDS faz falta, no Governo, para renegar tudo quanto prometeu na campanha eleitoral?!
Essa questão é muito relevante, Sr. Deputado, porque, do nosso ponto de vista, com a responsabilidade
associada aos resultados, também é preciso perceber que os portugueses rejeitaram, claramente, o projeto
político subjacente à macro-organização que os dois partidos representam, isto é, os programas políticos
subjacentes, que estão replicados nos programas das autarquias. Esta é uma questão relevante para
podermos, responsavelmente, retirar as devidas ilações. E vai reparar o Sr. Deputado que, embora o Partido
Socialista tenha alcançado, sem qualquer sombra de dúvida, o melhor e maior resultado alguma vez
alcançado em democracia por um partido político ou por alguma coligação,…
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Não é verdade!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É mentira!
O Sr. António Braga (PS): — … não vê o Partido Socialista fazer outra coisa que não seja assumir a
responsabilidade nacional. E estes resultados também têm a ver com isso: com a consistência, com a
coerência e com a determinação que a direção política do Partido Socialista tem imprimido nas suas
propostas, na sua ação política e na sua oposição frontal ao Governo da República.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. António Braga (PS): — Para terminar, Sr. Deputado Hélder Amaral, a questão que lhe deixo é esta:
mas, afinal, o CDS divorcia-se do PSD e deixa o PSD sozinho nesta derrota eleitoral, que, aliás, é estrondosa?
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra, Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António Braga, permita-me que recorde
algo que disse da tribuna: somos um parceiro fiável, porque, quando ganhamos, ganhamos todos, quando
perdemos, perdemos todos.