4 DE OUTUBRO DE 2013
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O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Termino já, Sr.ª Presidente.
Na ótica do PSD o que pretendemos do IMI é que seja objetivo, simples, coerente internamente, onde o
grau de subjetividade seja baixo e sem discricionariedades, com equidade e com justiça. Em suma, que trate
de forma igual o que é igual.
A Sr.ª Presidente: — O Sr. Deputado já quase triplicou o tempo de intervenção de que dispunha, queira
concluir.
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Termino já, Sr.ª Presidente.
E o que é que pretende o Partido Socialista? Pretende uma nova avaliação geral dos prédios urbanos?
Pretende tornar o IMI sujeito às oscilações especulativas da conjuntura e retirar os poderes tributários aos
municípios?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, os tempos dos pedidos de esclarecimento são deduzidos do tempo
global de cada grupo parlamentar, mas o equilíbrio do debate pede aos Srs. Deputados que respeitem os
tempos que estão marcados para pedir esclarecimentos.
Uma vez que o Sr. Deputado Mota Andrade informou a Mesa que responderá individualmente a cada
pedido de esclarecimento, faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Mota Andrade (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Cristóvão Crespo, tanto eu como toda a
Câmara demos conta de que V. Ex.ª leu um texto, do qual, confesso, não consegui reter qualquer pergunta em
concreto. Mas, atendendo ao texto — de certa forma confuso, em meu entendimento — que V. Ex.ª leu, deixe-
me fazer algumas considerações.
O Sr. Deputado falou na redução do IRC e, na verdade, a proposta que fazemos é muito clara: no momento
em que o Governo quer fazer uma reforma do IRC, os senhores têm de dizer se estão de acordo ou não que,
até 12 500 € de lucro tributável, a taxa seja de 12,5%. É só isso que está em causa e nada mais.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Mota Andrade (PS): — V. Ex.ª também falou de IMI, mas não percebeu bem o que está em causa. O
que está em causa é a correção do valor patrimonial dos imóveis, porque todos aqueles que são possuidores
de casas de habitação, de lojas comerciais sentem bem que a sua propriedade desvalorizou nestes últimos
quatro, cinco anos. Ora, o que hoje acontece é que a administração fiscal trata os contribuintes como se essa
propriedade mantivesse o valor de há quatro, cinco anos atrás, o que é inadmissível, para nós.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Mota Andrade (PS): — Deixe-me, ainda, dizer-lhe que V. Ex.ª desconhece — o que é lamentável —
que quando se adota uma fórmula-tipo para todos os imóveis acontecem situações de profunda injustiça. É o
caso, por exemplo, de a loja comercial que tem frente para a rua ser avaliada da mesma forma do que a loja
que está no piso -1, -2 ou -3. É isso que queremos corrigir e lamento que V. Ex.ª desconheça esta realidade.
V. Ex.ª não se referiu igualmente a uma matéria importantíssima — a das rendas. Quando foi promulgada a
nova lei do arrendamento, houve um compromisso de promulgar toda a legislação que fizesse com que as
pessoas que têm mais de 65 anos, que têm mais de 65% de deficiência, que têm carências económicas,
soubessem que, daqui a cinco anos, podem continuar a habitar a casa que hoje têm. Acontece que, após ter
sido promulgada a lei sobre essa matéria, VV. Ex.as
nada, absolutamente nada, fizeram!
Por último, Sr. Deputado Cristóvão Crespo, pela forma como leu o texto, já entendemos que estão
preparados para chumbar todas as nossas propostas, o que lamentamos.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Entendeu mal!